O novo marco regulatório do saneamento vai abrir caminho para dois saltos tecnológicos na área do lixo no Brasil, prevê Milton Pilão, presidente da Foxx Haztec, empresa de engenharia ambiental e gestão de resíduos.
Além de avançar na geração de energia elétrica por meio do biogás, uma prática que já está em desenvolvimento no país há alguns anos, a ideia de reciclagem deve superar o conceito conhecido hoje por aqui, em que cidadão ou empresa separam o próprio lixo antes da coleta.
"Aquela ideia da reciclagem que coloca os três lixinhos diferentes é importante, mas, no mundo, isso já migrou para grandes plantas mecanizadas, em que a população não precisa separar na origem", diz Pilão.
A tendência, segundo o executivo, é a instalação de centrais de tratamento com leitores óticos e tecnologia embarcada capaz de separar todo o lixo que tem valor, como metais, papéis e plásticos, que serão reutilizados.
Ele afirma que o próximo alvo da Foxx Haztec em dois ou três anos vai focar esse tipo de tecnologia e que, com a sustentabilidade econômica promovida pelo novo marco, será possível atingir o capital para tais investimentos com retorno devido.
"Uma planta de mil toneladas demandaria investimento de R$ 50 milhões aproximadamente", diz ele.
O outro grande salto tecnológico que Pilão vê no horizonte é a geração de energia através da queima direta de resíduo em usinas, em que se gera energia a partir de 100% do resíduo e não apenas da decomposição. A empresa atua em uma PPP de um projeto do tipo em Barueri (SP), que está em fase de construção.
com Mariana Grazini
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