Luciano Huck colocou panos quentes no ruído que causou na indústria amazonense por causa de um comentário que fez em uma live do BTG nesta semana. Cotado como potencial presidenciável em 2022, o apresentador falou de grandes temas como ambiente, educação e saúde na conversa com o banqueiro André Esteves, mas o que reverberou foi um trecho em que defendeu um redirecionamento da Zona Franca de Manaus para a produção de biotecnologia.
"O mundo inteiro quer consumir insumos da floresta, dessa biotecnologia, tecido, perfume, cosmético. E a gente ainda tem um modelo na Amazônia de isenção fiscal para produzir geladeira, telefone, tanque de gasolina de motocicleta. Por que a gente não usa toda essa potência de produção que a Zona Franca tem, e é muito importante para a região e para o Brasil, mas muda o foco? Tem muito dinheiro para biotecnologia, para mudar o tipo de empreendedor e de negócio que você pode fazer ali", disse Huck.
A parte do "mudar o foco" incomodou políticos e empresários amazonenses. "É graças à fabricação de eletroeletrônicos, eletrodoméstico, motocicleta e concentrado de refrigerante que o povo do estado do Amazonas não fez como outros estados da floresta e foi para a devastação, a mineração, a madeira", disse Jorge Nascimento, presidente da Eletros (associação dos fabricantes de eletrônicos).
Em meio ao clima desconforto, Huck enviou uma mensagem ao deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) dizendo que tinha ficado com medo de que uma ou outra frase dita na live do BTG pudesse desvirtuar a imagem e o aprendizado que ele vem tentando construir sobre a Zona Franca. "Minha reflexão não era para tirar nada. Era para somar", corrigiu o apresentador.
O deputado disse ter ficado feliz com o esclarecimento e ainda convidou Luciano Huck para fazer uma visita à Zona Franca e participar de uma outra live sobre a indústria.
Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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