O ataque lançado por Bolsonaro nesta terça (27) sobre o pacote de ajuste fiscal de João Doria foi recebido com atenção por setores que vêm reclamando da sobrecarga do ICMS em SP. Após o presidente dizer que o governador deu péssimo exemplo ao elevar impostos, parte dos empresários atingidos pelo tributo se entusiasmou, esperando que Doria amenize a medida. Por outro lado, alguns avaliam que o gesto politizou demais o caso, e o governador não dará o braço a torcer.
Apesar da investida de Bolsonaro, a ordem entre os setores é tratar o tema com equilíbrio, pela tentativa de diálogo. Cristiano Melles, presidente da Associação Nacional de Restaurantes, diz que pediu reuniões com Doria e com os deputados. “Tem de ser pela via de negociação porque a assembleia deu a autorização para o governo”, afirma ele.
Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto (que reúne associações de revendedores de veículos), diz que o setor também aguarda audiência com o governo Doria. Eles pretendem falar que as vendas de carros usados serão prejudicadas pela mudança no ICMS, o que terá efeito também sobre os carros
novos, segundo ele.
Para Bruno Bezerra, diretor executivo da Abraidi (associação de importadores e distribuidores de produtos de saúde), o embate político pode dar visibilidade ao assunto. No pacote, as vendas para hospitais públicos foram poupadas da alta na alíquota, mas a entidade quer uma nova rodada de conversas para incluir isenções ao setor privado.
Procurado pela coluna, o governo de SP diz que está aberto ao diálogo com os setores, mas que a proposta não aumenta impostos e prevê uma redução linear de 20% em benefícios fiscais.
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com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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