Os defensores da CPMF comemoraram a nova fala de Bolsonaro de que seria “tudo bem” criar o imposto digital, desde que se revogassem outros. Para o ex-secretário da Receita Marcos Cintra, grande entusiasta do projeto, a ideia sempre foi apenas substituir, e não elevar, carga tributária, o que o presidente agora reconhece. “É uma declaração que se tivesse sido bem esclarecida, com mais diálogo, ele poderia ter dado um ano atrás, e teríamos ganhado um ano”, disse Cintra.
“A novidade é que ele admite que essa substituição seja feita com CPMF, porque antes ele não admitia. Ele dizia que CPMF, no governo dele, não”, afirmou Cintra.
Gabriel Kanner, presidente do grupo de empresários Brasil 200, que defende o tributo, também comemorou a declaração. “O que Bolsonaro falou é exatamente o que vínhamos defendendo. Não é aumentar impostos. É ter um substitutivo para modernizar o sistema e desonerar a folha de salários”, diz.
Os últimos dias foram considerados vitoriosos para os que pedem a volta da CPMF. Em outra frente, o ministro Paulo Guedes, fez declarações duras contra a Febraban, também no contexto do tributo. Disse que a federação é lobista que financia estudos oportunos ao setor.
“A Febraban sempre se manifestou contra uma tributação sobre movimentação financeira. É evidente que ela nunca contratou ninguém para falar mal da CPMF, mas é um organismo que chama muitos economistas, que acabam acatando o ponto de vista”, afirmou Cintra.
Para ele, só não ficou claro o trecho em que Guedes disse que, por ser véspera de eleição, o imposto considera-se morto. “Ele sabe, no fundo, que a desoneração de folha é necessidade e não há alternativa. Se a CPMF está morta, vai ressuscitar no terceiro dia”, disse Cintra.
VEJA OUTROS ASSUNTOS ABORDADOS PELA COLUNA
Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, ultrapassa Heathrow, de Londres
Agências preparam teste de redes privadas de 5G para uso empresarial
Ministério da Justiça investiga alterações de quantidade de produtos em embalagens
Discórdia não leva a nada, diz banqueiro sobre ataque de Paulo Guedes
com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.