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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu indústria

Empresários se reúnem com Paulo Guedes para buscar previsibilidade

Representantes de mais de dez setores industriais encontram ministro nesta tarde

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São Paulo

A Coalizão Indústria, grupo de empresários que abrange os representantes de mais de dez setores, se reúne por videoconferência com o ministro Paulo Guedes na tarde desta sexta (30) em busca de insumos para organizar seus orçamentos de 2021, que vai ficando cada vez mais nublado diante da segunda onda do coronavírus na Europa.

Segundo José Ricardo Roriz Coelho, presidente a Abiplast (indústria dos plásticos), eles pretendem ouvir do ministro quais são as reais perspectivas de que o governo e o Congresso acelerem as reformas tributária e administrativa.​

A grande preocupação, além do desabastecimento vivido por diversos setores no curto prazo, é a previsibilidade, segundo ele.

"Hoje tem bolha de consumo. Foram colocados bilhões na economia. Tem demanda, empresas a plena carga, preços subindo porque não tem material suficiente. Mas como vai ser no ano que vem? O que traz emprego é investimento. Quem vai investir se não sabe qual sistema tributário vai prevalecer? Precisa da reforma administrativa para definir o tamanho do governo, senão, vai gastando e precisando cobrar mais impostos", afirma Roriz.

Na indústria do cimento, que viveu um boom de demanda inesperado na pandemia, Paulo Camillo Penna, da ABCP (cimento portland), diz que há investimentos importantes a serem definidos. "Boa parte da economia se move em função das expectativas. E boa parte delas decorrem da ação governamental", diz ele.

A dificuldade de fazer estimativas é tão grande que o setor de cimento começou o ano com estimativa de crescimento de 3%, mas reviu para uma queda de 7%, quando a pandemia começou, e hoje projeta fechar o ano com alta de 9%.

O setor espera aceleração da infraestrutura com o avanço dos projetos de saneamento, além do aquecimento do imobiliário.

Para José Carlos Martins, da CBIC (construção), as implicações futuras do desabastecimento são um grande alerta. A ideia é discutir se isso vai impactar o teto de gastos, os prazos de conclusão e os futuros programas de governo.

Humberto Barbato, da Abinee (indústria elétrica eletrônica), reitera que a previsão para o ano que vem está difícil, mesmo entre setores que atravessam bem a crise do coronavírus.

"A recuperação deste ano é visível. Nosso setor foi favorecido porque as pessoas ficaram em casa e compraram eletrodomésticos e equipamentos de informática. Mas 2021, tendo em vista a segunda onda na Europa, é de muita cautela", diz Barbato.

Outra preocupação de 2021 levada pelos industriais ao ministro é a alta do dólar, segundo José Jorge do Nascimento Junior, da Eletros. ​

com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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