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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Misterioso caso da família que enviou R$ 50 bi não pagou imposto

Caso que envolve tributo de R$ 2 bi é visto na procuradoria como planejamento tributário

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São Paulo

O fim de semana de muitos dos grandes empresários brasileiros ficou menos tranquilo quando começou a correr a informação de que uma família paulista teria enviado R$ 50 bilhões ao exterior. Surgiram hipóteses, não confirmadas, de que seriam banqueiros. Mas além da curiosidade para saber quem movimentou tamanha quantia (e se de fato envolveu R$ 50 bilhões) levantou-se a preocupação de que alguém, munido de informações, teria motivos para tirar dinheiro do país imediatamente.

Cédulas de real - Gabriel Cabral/Folhapress

Nesta segunda-feira (19), o Painel S.A. revelou, com informações da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, que o caso está sendo tratado como um grande planejamento tributário para driblar o ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação).

Nas conversas reservadas de empresários sobre o assunto no final de semana, alguns diziam, em tom jocoso, que o governo do estado deveria erguer uma estátua em homenagem ao misterioso bilionário que movimentou a fortuna, afinal, a operação deveria ter rendido uma arrecadação providencial
em tempos de penúria.

Mas a realidade, de acordo com a procuradoria, é que a família ingressou com ações na Justiça para não pagar o imposto, que neste caso fica em aproximadamente R$ 2 bilhões.​

Segundo procuradores do Gaerfis (Grupo de Atuação Especial para Recuperação Fiscal), da PGE, o caso faz lembrar uma prática que tem crescido entre alguns patriarcas de famílias ricas e que preocupa a fiscalização.

O método consiste em mandar dinheiro ao exterior para constituir empresas de prateleira sediadas em paraísos fiscais, e depois voltar com o recurso. Mas no retorno, o dinheiro já não vem mais na figura do dono original. Ele vem no nome dos herdeiros por meio de uma doação de cotas das tais empresas.

O nome da família que transferiu o dinheiro não foi divulgado, mas o que se sabe é que o pai mora no exterior e os filhos, no Brasil. A informação mais precisa é que a transação envolve um pouco mais de R$ 48 bilhões

com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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