Com a mesma desenvoltura que tocou sanfona em live com Bolsonaro, o presidente da Embratur, Gilson Machado, gravou um vídeo com o diretor de relações institucionais da Azul, Fabio Campos, para contar como a burocracia atrapalha a aquisição de aviões. Na Embratur há mais de um ano, Machado desconhecia o gargalo, que chamou de “escalafobético”. O vídeo viralizou no setor neste mês, depois do lançamento do Voo Simples, programa para alterar regras de aviação.
A performance gravada pelo sanfoneiro também circulou no governo e parece estar sendo considerada. Segundo o executivo da Azul, a expectativa é que a questão seja contemplada em uma grande medida provisória esperada pelo setor.
Conforme o didatismo do presidente da Embratur no vídeo, a história “parece piada, mas o pior é que é verdade”. Ele conta que os aviões Embraer fabricados no Brasil, em São José dos Campos (SP), precisam sair do país para serem nacionalizados antes de integrar a frota da companhia.
Segundo Fábio Campos, como as empresas que fazem leasing de aviões são estrangeiras, o bem precisa viajar para Porto Alegre (RS) para um processo de imigração e depois segue para Montevidéu, no Uruguai, para uma etapa aduaneira, antes de voltar a Confins (MG) para a importação na Receita.
Além dos custos da viagem, com processo de voo, Receita e liberação de registros, a aeronave perde sete dias sem operação. Para corrigir o problema, Campos diz que o ideal seria fazer um paralelo com o processo das plataformas de petróleo, que não precisam viajar.
Até o final do ano, a Azul espera receber mais quatro aeronaves. “No meio da crise do coronavírus, teremos de gastar mais um caminhão de dinheiro com isso”, afirma o diretor da Azul. Procurada pela coluna, a Embratur não se manifestou.
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com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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