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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Nomes envolvidos com pirâmides financeiras ressurgem nas redes sociais

CVM fez alerta sobre influenciadores digitais na semana passada

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São Paulo

Vendedores de serviços de investimentos que tiveram seus nomes envolvidos em fraudes e esquemas de pirâmide nos últimos anos estão voltando ao mercado como influenciadores digitais ou com produtos financeiros de internet, que têm alertado órgãos como CVM e Ministério Público. Eles abrem empresas com novos nomes ou mudam o modelo do negócio, mas a abordagem é semelhante: prometem educação financeira, segurança e rendimentos acima do mercado.

Cédulas de reais - Pedro Ladeira/Folhapress

Em um dos casos notórios, Kleyton Alves, da A2 Trader, empresa que prometia rentabilidade de 4% ao dia, mas tirou o site do ar em novembro de 2019 retendo recursos de clientes, agora capta investidores para o mercado forex, um investimento baseado na valorização de uma moeda sobre outra.

Alves publicou um vídeo na internet dizendo que 21 mil dos mais de 280 mil cadastrados na A2 ainda tinham dinheiro a receber, mas afirmou que não quis esperar a conclusão dos processos contra ele para voltar ao mercado. Disse ainda que seu novo negócio, a 3I Investimentos, ajudaria a pagar as dívidas. Procurado, não quis se manifestar.

Outro caso famoso é o de Carlos Costa, da Telexfree, pirâmide que estourou há quase dez anos. Agora está à frente do Pipz, um programa de fidelidade que dá pontos em compras. Ele diz que três desembargadores negaram pedido do Ministério Público para interromper o projeto, com base em laudo que aponta que ele usa meios legais de marketing multinível.

No caso da Nova Consultoria, alvo de uma onda de processos de pessoas que pedem para receber de volta o patrimônio aplicado, o consultor Caio Mestre, que atraía investidores à empresa, hoje publica vídeos nas redes mostrando relógios caros e dizendo que “ficar rico é mais fácil do que vocês imaginam”.

Mestre frequentava grupos sociais de classe média acompanhado de um namorado, Rafael Lorenzi, que dizia ser funcionário do banco JPMorgan. O banco não comenta. Em um dos processos a que a coluna teve acesso, o investidor pediu bloqueio dos bens de Lorenzi mas foi indeferido.

Procurado pela coluna, Lorenzi disse que não conhecia Mestre. Depois, reiterou que o trecho que o cita no processo foi indeferido. Mestre afirma que foi enganado pela pirâmide, como outros consultores, e também perdeu patrimônio. Advogados da Nova citados no processo disseram não atuar mais no caso.

Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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