Com o avanço das pesquisas para o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus, a indústria brasileira se prepara para uma guerra de preços com governos e fornecedores de matérias-primas. Fabricantes de seringas dizem que a falta de encomendas do Ministério da Saúde poderá causar atrasos nas campanhas de vacinação no próximo ano. As empresas resistem a baixar preços em negociações com os estados e apontam a indústria de plásticos como um dos problemas.
O governo de São Paulo realizou em novembro dois pregões para adquirir 50 milhões de seringas destinadas à imunização da população do estado, mas não teve sucesso. Segundo a Secretaria da Saúde, nenhuma empresa ofereceu preços adequados.
Alguns fornecedores chegaram a oferecer seus produtos por preço 25% acima do valor referencial estabelecido pela secretaria no pregão. A pasta afirma ter 11 milhões de seringas reservadas em estoque para quando houver uma vacina disponível.
Ao anunciar sua estratégia para a vacinação, o Ministério da Saúde afirmou nesta terça (1) que publicará nos próximos dias um edital para compra de 300 milhões de seringas. O governo de São Paulo pretende realizar um terceiro pregão nesta semana.
Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Abimo, associação de fabricantes de equipamentos médicos, diz que o setor pode precisar de ao menos quatro meses para atender grandes demandas, e que vem alertando o governo sobre a necessidade de antecipação dos pedidos desde julho.
Segundo o dirigente, falta plástico no mercado, o que tem feito subir os preços da matéria-prima. Além disso, a indústria precisará contratar profissionais para aumentar a produção no ritmo necessário para a campanha de vacinação contra a Covid-19.
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