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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu inflação

Lojistas de shopping esperam Natal fraco e preveem disputas sobre aluguel em 2021

Empresários do varejo dizem que cobrança do 13º aluguel foi integral em dezembro

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São Paulo

Às vésperas do Natal, redes de lojas lamentam o baixo desempenho das vendas e preveem novas batalhas contra as cobranças de aluguel dos shoppings. A maior queixa é o 13º aluguel que, segundo alguns lojistas, chegou integral junto com o boleto de dezembro. Até o amigo secreto ficou comprometido neste ano porque a prática do home office e a restrição às festas dificultaram a troca de presentes entre colegas de trabalho, afirmam empresários do varejo.

No início da pandemia, quando os shoppings fecharam, os lojistas pediram desconto em cobranças como aluguel e condomínio. Mas o alívio foi reduzido após a reabertura. “O shopping diz que tem direito de cobrar mais esse 13º porque o lojista vende muito no Natal. Mas, neste ano, nós ficamos meses fechados”, diz Angelo Campos, diretor da marca de moda MOB.

Segundo Campos, a expectativa é que as marcas com maior dificuldade para pagar a parcela extra do aluguel entrem na Justiça em janeiro ou fevereiro para contestar a cobrança.

O pior desempenho tem sido observado nas lojas de shoppings perto de centros corporativos, onde o fluxo caiu por causa do avanço do home office neste ano, segundo Viktor Ljubtschenko, diretor da rede de pijamas e lingeries Any Any​.

Tinho Azambuja, dono da SideWalk, diz que o faturamento está entre 65% e 70% do total registrado nas mesmas lojas no ano passado. “A maior parte das vendas é de promoções, o que derruba muito a margem”, afirma.

“Tem dias em que eu vou nas lojas à tarde. Em quatro ou cinco horas entra uma cliente. A gente com a equipe toda lá, e o movimento não acontece”, diz Andrea Duca, diretora da marca Gregory.

Tito Bessa Jr, dono da TNG e presidente da associação de lojistas Ablos, reclama da concorrência do varejo de rua. “A aglomeração não acontece em lojas de shopping, mas nas de rua, por falta de controle de fluxo. Prejudicaram muito mais os shoppings com as restrições de horário e capacidade”, diz.

Procurada, a Abrasce (associação de shopping centers) diz que situações de desacordo não refletem o apoio dos administradores aos lojistas. A entidade afirma que já abriu mão de R$ 5 bilhões em aluguéis e outros custos na pandemia, e diz que 95% dos shoppings esperam aumento no fluxo durante a semana do Natal.

Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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