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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Disputa tributária entre Ford e governo de São Paulo pode chegar a R$ 2,7 bilhões

Há discordância sobre tributação de carros fabricados na Bahia e vendidos em São Paulo

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São Paulo

A Ford, que encerrou a produção fabril no país, trava disputas tributárias com São Paulo. A coluna apurou que cálculos do governo estimam dívida de R$ 2,7 bilhões da empresa.

O impasse envolve uma discordância sobre a tributação de automóveis produzidos na Bahia e vendidos em São Paulo. Documentos recentes da montadora enviados à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, na sigla em inglês) destacam “autuações fiscais substanciais” contra a Ford no Brasil.

Largada A Ford não comentou o assunto até a publicação da coluna. Em nota, o governo de São Paulo afirmou que “há processos judiciais resultantes de autos de infração não pagos relativos ao recolhimento de ICMS-ST (substituição tributária) em São Paulo por operações oriundas da Bahia com benefício fiscal”.

Sistema Para Breno Consoli, advogado tributarista do escritório Martinelli, o caso pode remeter à dinâmica de guerra fiscal. “O carro é fabricado na Bahia com benefício. Mas chega em São Paulo, por exemplo, com a nota fiscal indicando ICMS sem a redução concedida na Bahia, onde pagou um imposto menor.”

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Baldio Dos mais de 900 hectares deixados pela Ford ao sair de Guaíba (RS) e migrar para Camaçari (BA), há 22 anos, apenas 155 estão ocupados por empresas. Segundo José Sperotto (PTB), prefeito local de 2016 a 2020, cinco companhias estão alocadas ou com previsão de se instalar na área. Uma delas é a Toyota, que tem um centro de distribuição.

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Hermanos A vantagem brasileira no comércio de veículos e acessórios com a Argentina vem sendo ameaçada nos últimos anos, tendência que deverá ser acentuada com a decisão da Ford de concentrar a montagem de seus modelos no país vizinho.

Balança Em 2017, as exportações para a Argentina superavam as importações em US$ 5 bilhões, segundo o Ministério da Economia. O Brasil chegou a ter resultado negativo em 2019. Em 2020, a situação melhorou, com saldo de US$ 260 milhões, embora o coronavírus tenha reduzido a venda a apenas US$ 2,8 bilhões para o país vizinho.

Motor A Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) diz que o saldo atual disponível ao setor automotivo para o desenvolvimento de projetos de inovação é de R$ 65 milhões.​ Os recursos fazem parte do programa Rota 2030 do governo federal.

Paula Soprana (interina), com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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