Alvo de pressão de diversos setores privados por causa dos reajustes deste ano no ICMS, o governo Doria também enfrenta dificuldades internas enquanto tenta equilibrar suas contas, impactadas pela pandemia. Agentes fiscais de renda do estado marcaram para o dia 11 de fevereiro uma assembleia geral para discutir uma greve da categoria. Além de reivindicações salariais, o grupo pede para ser mais ouvido nos principais debates sobre arrecadação de impostos em São Paulo.
A mobilização cresceu na terça (19), quando o Sinafresp, sindicato da categoria, aprovou operação padrão, forma de protesto em que se trabalha com rigor excessivo.
A entidade afirma que os profissionais não têm sido consultados sobre mudanças no regramento dos impostos de SP, como o pacote de ajuste fiscal do estado, e são chamados para contribuir apenas com estudos técnicos.
O grupo diz que parte da perda de espaço ocorre pela redução de atribuições do secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, que teve em 2020 algumas funções assumidas por Mauro Ricardo Costa, titular da pasta do Orçamento.
Os agentes fiscais de renda também buscam aumento salarial, segundo o Sinafresp. A entidade afirma que há pelo menos oito anos não há reposição da inflação, o que tem levado à entrega de cargos na Secretaria. O salário dos profissionais não pode ultrapassar cerca de R$ 23 mil, atual remuneração de Doria e teto para funcionários do estado.
O governo de SP diz que reuniões com o Sinafresp foram conduzidas pelas Secretarias de Costa e Meirelles. Afirma também que a lei complementar 173, para suspender as dívidas dos estados na pandemia, veda aumentos de despesas com pessoal até 2022.
Filipe Oliveira (interino), com Mariana Grazini e Arthur Cagliari
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