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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Mesmo com recuo de Doria sobre ICMS, agronegócio mantém programação de 'tratoraço'

Setor afirma que leite e hortifrúti continuam com previsão de alta no imposto

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São Paulo

Mesmo com o recuo do governo João Doria (PSBD), que decidiu suspender o fim do benefício fiscal a insumos agrícolas na noite de quarta (6), representantes do agronegócio dizem que irão manter o “tratoraço” programado para esta quinta (7) em cidades do interior. Durante o dia, o setor conseguiu apoio de supermercadistas, que autorizaram a fixação de cartazes em lojas, para chamar atenção sobre o aumento de preços, e a participação em manifestações locais.

A Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária de SP) diz que, apesar da mudança de última hora, leite e hortifrutigranjeiros continuam no pacote, por isso os agricultores vão às ruas. O setor estima que a extinção do benefício reduza de forma considerável a margem de lucro do produtor rural.

Tirso Meirelles, vice-presidente da entidade, afirma que a medida vem junto ao fim do auxílio emergencial, que impactará a demanda. “Vamos ter um problema de abastecimento porque o pequeno agricultor não vai ter condições de se manter”, diz.

A reclamação dos supermercados é sobre o impacto no setor de hortifrúti, que representa uma média de 10% na receita dos estabelecimentos, segundo Ronaldo dos Santos, presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados).

“O benefício vem de décadas. Taxar legumes e verduras no agro impacta o preço ao consumidor final. O governo deveria manter a isenção dada à essencialidade do alimento”, afirma Santos.

Os supermercadistas se aliaram ao movimento de cooperativas e associações agropecuárias para fazer chegar a centros urbanos as reivindicações do “tratoraço”, que não está previsto na capital.

Vários representantes industriais têm tentado negociar com o governo. A reforma administrativa de Doria, que promove redução linear de 20% nos benefícios fiscais, foi aprovada em outubro. Na semana passada, hospitais privados entraram com ação no STF. Nesta quarta, Doria também suavizou para o setor de genéricos.

“Sempre afirmamos que nosso governo está comprometido em atender os interesses da população de menor renda, e agora mais vulnerável aos efeitos da pandemia, do desemprego, e a partir de janeiro, sem a renda emergencial que vigorou até dezembro último”, afirmou o governador Doria em nota à imprensa.

Paula Soprana (interina), com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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