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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu inflação

Tradicionais em shoppings, marcas como SideWalk, Crawford e TNG miram comércio de rua

Movimento busca aluguel mais barato e margens maiores

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São Paulo

Empresários do varejo de moda que são donos de marcas instaladas em shopping centers há décadas entraram em 2021 dispostos a repensar o modelo e buscar pontos no comércio de rua. O movimento é uma estratégia para reduzir cobranças como aluguel e condomínio. A ideia vem ganhando adesão desde o começo da pandemia, quando os custos pesaram por causa da queda nas vendas com os fechamentos e restrições dos horários de funcionamento.

A rede de moda MOB encerrou uma unidade no Iguatemi Porto Alegre e inaugurou outra na capital gaúcha, mas na rua. Também abriu em bairros de Sinop (MT), Campinas (SP) e na capital paulista. Agora busca franqueados para outros pontos fora de shoppings pelo país, segundo Angelo Campos, diretor da MOB.

Tinho Azambuja, dono da SideWalk, que fechou duas lojas próprias em shoppings de Porto Alegre e Brasília, quer fazer o mesmo movimento. “Para os franqueados que estão me procurando, estou indicando loja de rua”, diz.

A rede TNG fechou uma unidade de shopping em Ribeirão Preto e abriu outra a cinco minutos do local, segundo seu fundador, Tito Bessa. “Eu pagava R$ 50 mil de aluguel lá e agora pago R$ 7 mil em um espaço maior. Vou fazer isso em Jundiaí”, afirma.

Com 66 lojas próprias em shoppings, Dilson Oliveira, da Siberian e da Crawford, planeja fechar ou mudar o endereço de 15. Além do ecommerce, que começou na pandemia e já representa 20% do resultado, ele estuda ingressar em comércio de rua e multimarcas. “Tem que sair, mostrar força e voltar ao shopping em condição melhor”, diz.

A Any Any fechou cinco e estuda cortar mais duas, segundo Viktor Ljubtschenko, diretor da rede. “Estamos buscando uma loja nos Jardins em SP, mas também procuramos shoppings com negociação mais flexível”, afirma. ​

A taxa de vacância nos shoppings foi de 4,7% em 2019 para 9,3% em 2020, segundo Glauco Humai, presidente da Abrasce (associação dos shoppings). Mas ele diz que não há uma saída generalizada e que algumas lojas não se adequam ao perfil dos shoppings. A expectativa é fechar 2021 em até 6%.

Humai diz que os shoppings têm mais fluxo de clientes, diversidade de oferta e marketing do que a rua. “No shopping, parte expressiva das vendas ocorre por impulso, por causa da variedade de lojas e do conforto”, afirma.

com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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