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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Contratação de profissionais de outras cidades vira tendência, dizem especialistas

Movimento foi impulsionado pelo home office na pandemia

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São Paulo

Quase um ano após a adoção em massa do trabalho remoto por causa da pandemia, as empresas de recrutamento começam a identificar a tendência de contratação de profissionais fora das cidades onde fica a sede do empregador.

O movimento é mais forte no mercado de tecnologia e marketing digital, mas começa a ganhar força em áreas financeiras e no setor administrativo.

Ricardo Basaglia, diretor da Michael Page, diz que aumentaram os casos de empresas estrangeiras contratando profissionais que moram no Brasil. Também subiu contratação de profissionais que moram no interior dos estados por companhias localizadas nas capitais.

Segundo Alexandre Benedetti, sócio do Talenses Group, empresas americanas e portuguesas estão contratando brasileiros com mais agilidade, sem depender de questões como visto e imigração. "O volume de candidatos que se pode buscar aumenta muito", afirma.

Giovana Cervi, sócia da Signium, diz que essa flexibilização do local de moradia está se disseminando por vários segmentos. Mas ela ressalva que o momento ainda é de experiências e será preciso esperar o fim da pandemia para avaliar se a tendência vai se consolidar.

"Vamos chegar a um momento em que parte das pessoas trabalhará do escritório e parte de longe. Será preciso aprender a lidar com essa nova realidade", diz.

A XP afirma ter recrutado 852 pessoas de fora de São Paulo, onde fica sua sede, no segundo semestre de 2020. Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Curitiba e Porto Alegre são as cidades que têm o maior número de novos profissionais.


Na Rappi, Fernando Vilela, diretor de marketing, diz que a companhia passou a contar com dois tipos de vagas, as que permitem o trabalho em qualquer lugar e as específicas para regiões delimitadas, como no setor comercial, que exige visitas a parceiros.

Na equipe liderada diretamente por Vilela, 65% dos profissionais ficam fora de São Paulo, incluindo funcionários no México e na Colômbia. "Com a pandemia, abrimos a cabeça e vimos que parte das vagas não precisam ter uma cidade definida e podemos contratar gente no mundo inteiro", afirma.

Marília Amêndola, diretora de pessoas da fintech Will Bank, diz que a companhia passou a buscar mais profissionais de cidades do interior, em diferentes estados. Com escritório em São Paulo e Vitória, a empresa também fez até uma contratação em Paris no ano passado.

"Ao abrir a possibilidade de contratação 100% remota, conseguimos atrair candidaturas no Brasil inteiro e aumentar nosso time técnico em áreas críticas", afirma.

com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

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