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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Briga entre salões de beleza por causa da pandemia foi parar na polícia em Porto Alegre; veja vídeo

Um dos mais tradicionais salões da cidade reclama que concorrente não respeitou restrição imposta a todos

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São Paulo

Um bate-boca entre dois empresários donos de salões de beleza em Porto Alegre por causa do fechamento do comércio na pandemia foi parar na polícia no final de semana.

A confusão começou quando Hugo Moser, dono do salão Hugo Beauty, um dos mais tradicionais da capital gaúcha, foi pessoalmente até o salão Meia Hora reclamar que eles estariam com as portas abertas enquanto a concorrência respeitava as medidas de restrição de circulação para controlar o contágio da Covid.

Vídeos da discussão, que viralizaram nas redes sociais, mostram Moser e Elisandra Rhoden, proprietária da estética Meia Hora, distribuindo ofensas em frente ao estabelecimento dela.

“Para o senhor estar aqui é sinal que eu lhe incomodo muito, né?”, dizia a empresária. Moser respondia: “Está aberta, todos estão fechados. Isso é desonesto, isso não está certo, isso é crime”. “Faz fiasco lá no teu biombo, não no meu”, disse Rhoden. Nas imagens, eles se chamaram de maconheiro, bagaceira e outros adjetivos, além de palavrões.

Segundo Andrea Magno, titular da 8ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, as investigações mostram indícios de que o Meia Hora estava aberto e atendendo clientes na hora da confusão. Em comunicado publicado nas redes sociais, o estabelecimento disse que a equipe “fazia pagamentos no escritório e limpeza para fechar o salão por uma semana”.

Quando a Polícia Civil foi ao local, no sábado, a proprietária estava lá, mas não havia clientes.

A investigação ainda não foi concluída. Caso comprovado que o salão estava funcionando, Rhoden pode responder pelo descumprimento do artigo 268 do Código Penal, que trata da infração de determinação do poder público destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa. A pena é detenção de um mês a um ano, além de multa.

Nesta segunda-feira (1º), Hugo Moser foi chamado pela Polícia Civil para depor como testemunha. Ele diz que apresentou mensagens de texto agendando horário no salão da concorrente para o sábado. “Pedi para uma das minhas telefonistas fazer o agendamento, [e foi feito] com sucesso”, diz Moser.

Após a confusão, Moser publicou um vídeo nas redes sociais dizendo que acompanha as dificuldades do ramo da beleza na pandemia, mas que a determinação do fechamento deve ser acatada.

O Meia Hora também se manifestou na internet. Disse que não descumpriu a lei e que foi injustamente acusado pelo profissional, no local e nas redes sociais. No sábado, o estabelecimento havia publicado um comunicado informando que estaria fechado a partir daquele dia.

Procurado pelo Painel S.A., o Meia Hora não respondeu.

com Filipe Oliveira e Andressa Motter

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