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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Nem a febre do robô aspirador salvou a indústria de eletroeletrônicos em 2020

Vendas totais do setor caíram quase 2% no ano, diz associação

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São Paulo

Após toda a expectativa gerada com os anúncios de altas vendas de barbeadores ou robôs de aspirador e outros itens para ajudar na quarentena das famílias, a indústria de eletroeletrônicos e eletrodomésticos amargou queda de quase 2% nas vendas totais em 2020 ante o ano anterior, segundo resultado que a Eletros, associação do setor, vai divulgar nesta sexta (12). O resultado surpreendeu, mas foi considerado positivo, segundo Jorge Nascimento, presidente da Eletros.

O baque foi no segmento de eletroportáteis, justamente o do aspirador robozinho, que virou febre na quarentena da classe média quando a rotina dos empregados domésticos foi suspensa. A venda total da categoria, que inclui outros cerca de 500 produtos, caiu 10% no ano.

O aspirador não é significativo no resultado setorial. Foi a sensação da indústria em 2020, mas é um produto caro e restrito. Outros protagonistas, como o ferro de passar e a lavadora de alta pressão tiveram desempenhos fracos.

Roomba é o robô-aspirador autônomo da iRobot - Foto: Divulgação/iRobot

Os portáteis cresceram por alguns meses. “Mas de uma hora para a outra, caiu. Teve um redirecionamento. Quando a quarentena se estendeu, a prioridade foi deixar a casa confortável, com ar-condicionado, TV no quarto e lava-louça”, diz Nascimento, que atribui o desempenho ao auxílio emergencial.

Já nas categorias de alto valor agregado, que têm maior peso no faturamento da indústria, o resultado foi um alívio. Na chamada linha branca, de fogão e geladeira, a queda foi de só 1%. Na linha marrom, das TVs, foi de 0,1%.

“Algumas empresas tiveram crise no fornecimento de insumos. Faltou aço, plástico e até papelão para embalagem, atrasando a entrega. Houve indústrias que anteciparam férias porque não conseguiam operar sem insumo. Se não fosse isso, teria empatado com o ano anterior”, diz.

Nascimento afirma que os produtos de grande volume têm menor vazão pelo ecommerce, porque o consumidor gosta de abrir a geladeira antes de comprar. “Foi horrível no primeiro semestre, quando o varejo fechou. Assim que abriu, teve o boom de procura por esses produtos, levando algumas empresas a trabalharem até três turnos, mas faltou insumo em novembro”, diz.

A preocupação agora é com a inflação. “Os problemas são a variação cambial grande, porque boa parte dos insumos são importados, e a alta no preço dos principais insumos: aço e plástico”, diz.

com Filipe Oliveira e Andressa Motter

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