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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Com desvantagem de Bolsonaro no Datafolha, Amoêdo vê espaço para 3ª via e fala em se candidatar

Fundador do Novo diz que está em conversa com outros potenciais candidatos

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São Paulo

Na semana em que a pesquisa Datafolha mostrou vantagem de Lula sobre Bolsonaro para a disputa presidencial do ano que vem, o empresário João Amoêdo, fundador do Novo, fala na possibilidade de se candidatar novamente. Ele diz que em 2018 sua estratégia era divulgar o partido, mas para 2022, a meta é criar uma alternativa à polarização da dupla. “Eu vou trabalhar para isso, seja ajudando a montar uma chapa, seja eventualmente até me candidatando”, diz ele.

Amoêdo ressalva que a definição virá com o tempo e que depende do Novo. “Também passa por uma questão do partido, que define a estratégia para 2022 em termos de candidatura e nomes”, afirma.

A análise política de Amoêdo é a seguinte: com o aumento da rejeição de Bolsonaro, o eleitor não vai necessariamente migrar para Lula, que também tem rejeição, o que abre espaço para uma terceira via.

Para ele, a CPI da Covid tem contribuído para elucidar o que já se sabia da má gestão do governo na pandemia. Não traz grandes novidades, mas torna as informações mais claras e concentradas, dando uma percepção melhor da realidade à população.

O empresário diz que vê um processo de deterioração da imagem de Bolsonaro, o que pode contribuir para um segundo turno sem a presença do atual presidente, na opinião dele. "Eu acho que é o cenário mais provável. Acredito que venha a ter o candidato do PT, que ao que tudo indica deve ser o Lula mesmo, e um candidato que não seja o Bolsonaro no segundo turno", diz.

“O processo de lançamento [da terceira via] é difícil porque tem questões envolvidas, partidárias, indefinições de candidaturas. Alguns dos nomes não sabem se vão querer ser candidatos. Mas imagino que, nos próximos dois ou três meses, a gente comece a ter definições maiores para um afunilamento”, diz.

O Datafolha mostra Sergio Moro com 7%, Ciro com 6%, o apresentador Luciano Huck com 4%, João Doria com 3%, e, empatados com 2%, Henrique Mandetta e o João Amoêdo.

Entre os outros nomes embolados na pesquisa, o empresário diz que é preciso alcançar dois dígitos. "Acredito que na hora em que chegar aos 10% a 12% passa a ser algo mais viável e vai canalizar essa rejeição crescente ao Bolsonaro. Mas acho que essa largada é que não aconteceu na prática", diz.

Ele afirma que, pelo menos uma vez por semana, tem conversado sobre o assunto com Mandetta, Moro e Santos Cruz. Diz que ultimamente não tem discutido com Doria

“Temos discutido para que possamos apresentar um plano para o Brasil, que eu acho que vai conjugar combate à pobreza, um pouco de esperança para a população e uma mudança de postura das lideranças do país. Estamos muito no campo de conversar propostas”, afirma Amoêdo. ​

O empresário considera importante que os nomes que surjam da terceira via tenham alguns pontos de convergência e pautas comuns a todos.

Para Amoêdo, em 2022, Bolsonaro e Lula podem enfrentar um evento contrário ao de 2018. "Um se alimenta do outro. Eles se consolidam nesse processo. Muito parecido com o que aconteceu com Bolsonaro em 2018. Ele acabou drenando o voto de todos com esse discurso de 'vou derrotar o PT, precisamos fazer isso no primeiro turno'. E agora eu acho que vai acontecer o evento inverso", afirma ele.

com Mariana Grazini e Andressa Motter

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