A Qsaúde, empresa de planos de saúde fundada por José Seripieri Junior depois que ele saiu da Qualicorp, prepara uma estratégia que deve provocar o mercado no momento em que as operadoras estão sendo pressionadas para conter o aumento de preços na pandemia. A empresa anuncia nos próximos dias que não vai aplicar o reajuste anual em 2021 e promete manter a tabela com os valores definidos quando a Qsaúde foi lançada, em outubro do ano passado.
A ação tem impacto restrito porque a Qsaúde nasceu há apenas seis meses, inicialmente focada em São Paulo e com planos individuais e familiares, os quais são sujeitos a um teto máximo estabelecido pela ANS. Para o período de maio de 2020 a abril de 2021, o limite liberado pela agência reguladora era de 8,14%.
A iniciativa da Qsaúde, porém, tem um peso simbólico na pandemia: os planos coletivos, que têm o reajuste definido na relação comercial entre contratante e operadora, vêm sendo desafiados a adequar o modelo a um patamar de preços mais baixo.
O gesto se soma a outros movimentos na mesma direção. Nesta sexta (7), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se reuniu com o diretor do Procon-SP, Fernando Capez, e ouviu a argumentação do órgão de que falta transparência no reajuste do plano coletivo.
“O ministro concordou em estabelecer uma diretriz exigindo maior transparência. Haverá consulta pública da qual o Procon participará com sugestões. A expectativa é de uma mudança para que o consumidor saiba o que está pagando e por que os reajustes ocorrem”, disse Capez.
O volume de queixas de clientes por causa do aumento do preço dos planos de saúde subiu de 240 entre janeiro e abril do ano passado para 553 no mesmo período deste ano, segundo dados do Reclame Aqui. Em todo o ano de 2020, foram 749 reclamações sobre o assunto.
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