O pronunciamento que o ministro das Comunicações, Fábio Faria, fez na noite desta segunda (2) para defender a privatização dos Correios na volta das atividades do Congresso deu largada a uma guerra com os trabalhadores da estatal.
Segundo Marcos César Silva, vice-presidente da Adcap (Associação dos Profissionais dos Correios), os dirigentes sindicais já elevaram a pressão sobre os parlamentares questionando a falta de transparência do governo em relação aos estudos do projeto.
Horas antes da fala do ministro, os funcionários começaram uma campanha nas redes sociais contra a venda da estatal, e o assunto foi parar nos tópicos mais comentados do Twitter.
Também se discute a possibilidade de greve. José Rivaldo da Silva, secretário-geral da Fentect (federação que reúne as entidades da categoria), diz que a questão da privatização se sobrepôs aos debates da campanha salarial. “Não adianta ter um reajuste de salário, mas, amanhã, a empresa ser privatizada e perdermos o emprego”, afirma.
Para José Gandara, da Findect (outra entidade da categoria), o governo pressiona os trabalhadores para ver a greve acontecer. “Não somos a favor de fazer greve. O problema é que o governo promove a greve para ter o desgaste”, diz.
Com o retorno do recesso, a privatização volta à tona. A equipe de Paulo Guedes quer publicar o edital até o fim do ano e o presidente da Câmara, Arthur Lira, promete acelerar o projeto.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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