Parte dos showrooms da Stuttgart, revendedora de carros Porsche que responde pela maior parte do mercado da marca no Brasil, foi completamente esvaziado. A fila de espera pelos veículos tem, hoje, 1.500 compradores, e a entrega pode levar de seis a oito meses, dependendo do modelo, segundo Marcel Visconde, presidente da Stuttgart.
Ele diz que o mercado foi pego de surpresa com o aquecimento na demanda pelos veículos de luxo, que custam a partir de R$ 508 mil, conforme a tabela Fipe.
A Stuttgart afirma que vendeu 1.692 veículos da Porsche de janeiro a junho de 2021. O número já se aproxima do total negociado em todo o ano passado (1.939).
Os dados da Porsche Brasil apontam 1.334 vendidos no primeiro semestre deste ano e 1.963 em 2020.
Visconde diz que a Porsche produz uma quantidade limitada de automóveis por ano, entre 250 mil a 350 mil unidades, que o mercado nacional disputa com outros países para receber. A escassez de semicondutores e outras matérias-primas na indústria também atrapalhou a oferta.
A procura aumentou em proporções semelhantes nas oito lojas da rede, que estão espalhadas por São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e estados da região sul. Cerca de 80% dos clientes compram à vista, segundo a empresa.
A empresa atribui o movimento à suspensão das viagens ao exterior na pandemia, que pode ter impulsionado o consumo de bens como barcos, casas de praia e carros. “A gente entende que, pelo menos para o próximo ano, e mesmo contando que a pandemia tenha amainado e os hábitos de consumo voltem ao normal, a demanda por Porsches ainda será alta”, diz Visconde.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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