O presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, diz que voltou a receber mensagens da Fiesp nesta terça-feira (31) consultando se a entidade gostaria de assinar o manifesto pela harmonia entre os Poderes. Segundo ele, o novo prazo de adesão é "ao longo desta semana".
Torres, que também é presidente da Força Sindical, afirma que já havia se recusado a assinar na semana passada, quando foi abordado pela primeira vez. "Continua sendo não. Eu nem respondi agora. Mas não vamos", diz.
As centrais sindicais têm criticado o documento porque consideram que falta firmeza no conteúdo do texto. Na avaliação das entidades, o manifesto organizado por Paulo Skaf, presidente da Fiesp, distribui a culpa entre Executivo, Legislativo e Judiciário, quando deveria ser mais assertivo em responsabilizar Bolsonaro pela crise.
Nesta segunda-feira (30), os sindicalistas divulgaram um texto próprio assinado por dez centrais dizendo que o país vive no limiar de uma grave crise institucional.
"O próprio presidente se encarrega de pessoalmente gerar confrontos diários, criando um clima de instabilidade e uma imagem de descrédito do Brasil", escreveu o grupo.
Se, por um lado, os trabalhadores consideraram leve o texto de Paulo Skaf (que é visto como um dos representantes do setor privado com maior aproximação com o presidente), por outro, o governo interpretou o documento como uma crítica, especialmente no momento em que estão acontecendo outras manifestações contrárias à gestão Bolsonaro no empresariado.
No setor financeiro, a circulação do manifesto levou Banco do Brasil e Caixa a ameaçarem deixar a federação dos bancos Febraban, se a entidade assinasse o documento.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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