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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Amoêdo diz que vê apoiadores do Novo perdendo brilho nos olhos

Em meio a racha do partido, empresário tentou retomar comando da sigla mas não teve apoio

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São Paulo

João Amoêdo, fundador do partido Novo e preferido do mercado financeiro nas eleições de 2018, ainda não descarta a possibilidade de se lançar candidato a presidente mais uma vez em 2022.

"Não gosto nunca de descartar as coisas porque a gente ainda tem um tempo longo até a eleição", disse.

A declaração é inusitada para o momento porque o empresário acaba de tentar retornar à cúpula do partido mas não teve apoio o necessário diante do racha na legenda. Ele também vinha alimentando pretensão como pré-candidato mas desistiu em junho.

Ainda com eleitores na avenida Faria Lima, o empresário diz que não vai se desfiliar e que segue trabalhando para tentar formar uma terceira via contra Bolsonaro e Lula.

"Me parece que essa ideia de que não queriam que eu voltasse ao diretório, apesar de, em tese, terem me convidado há uns 90 dias para ser candidato à presidência, tem uma certa incoerência. E demonstra realmente que era uma candidatura que não tinha o respaldo que precisava. Então, acho que pelo Novo me parece muito difícil. Vamos acompanhar o cenário", afirma.

O Novo atravessa uma série de desfiliações, que Amoêdo atribui à falta de clareza com que o partido se posiciona em relação a Bolsonaro. Ele insta a legenda a mostrar ao eleitor de que lado está.

"A questão que vamos acompanhar é qual vai ser a posição daqueles que sairão candidatos pelo Novo, porque, no fim, o eleitor quer saber se o partido em que ele está votando é contra Bolsonaro ou o apoia. E passados mil dias de governo, não dá mais para alguém dizer que é independente e está avaliando. Tem de ter uma conclusão. E a minha, pelo menos, é que é um governo péssimo", diz Amoêdo.

Segundo ele, o eleitor e filiado do Novo ainda não tem essa pergunta respondida. "Afinal de contas, o Novo é contra Bolsonaro na sua unidade? Ou o partido é contra, mas os mandatários e candidatos podem ter posições diferentes? Eu não acredito em uma instituição que não tenha uma unidade e identidade em um tema tão relevante", afirma.

Amoêdo diz ver uma perda de entusiasmo entre as pessoas que acompanharam o partido desde a fundação, que prometia inovar na política sem prevalência de interesses pessoais.

"Vi muitas das pessoas perdendo a esperança no Novo, aquele brilho nos olhos que tinham quando vinham para o partido. Então, achei que era oportuno como fundador, e tendo sido eleito lá atrás, mas tendo renunciado, me oferecer para voltar para ajudar a reconstrução do Novo, que, na minha avaliação, é necessária", afirma.

Ele também diz que sua tentativa frustrada de reassumir a liderança na sigla nesta semana comprova que seus críticos estão errados quando dizem que Amoêdo é dono do Novo. "Se eu de fato mandasse, eu não precisaria pedir para voltar. E seria aceito de forma imediata", diz.

com Mariana Grazini e Andressa Motter

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