A campanha de marketing do Mercado Pago, que levou uma pessoa vestida de dinossauro para a porta de agências bancárias em São Paulo na quinta-feira (16), alimentou uma disputa entre fintechs e as instituições financeiras tradicionais, que vem esquentando nos últimos meses.
Depois da resposta da Febraban, que em nome dos grandes bancos reunidos disse que a ação foi uma estratégia de marketing rasa do Mercado Pago, executivos de grandes instituições também reclamaram.
Igor Puga, diretor de marketing do Santander Brasil, escreveu um textão em rede social —e foi curtido por colegas— dizendo que o Mercado Pago, braço financeiro do Mercado Livre, construiu uma abordagem pueril. Para ele, foi micareta em frente às agências.
O marketing da fintech afirma que a dificuldade do consumidor nos velhos bancos começa já na porta giratória, por isso seu dinossauro tentou entrar, mas não conseguiu. Para Puga, foi ignorância. “Alguns bancos lutam para não ter essas portas. Cumprem leis que determinam sua compulsória existência. Bastava ter pesquisado para saber que o responsável por sujeitar as pessoas a esta situação é o Poder Legislativo”, escreveu.
O pano de fundo é uma disputa tributária das grandes instituições que acusam as fintechs de pagar menos imposto. “É uma empresa com valor de mercado superior aos maiores players, mas que paga apenas 9% de CSLL [Contribuição Sobre Lucro Líquido] enquanto os bancos pagam 20%”, diz a Febraban.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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