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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Funcionária de farmácia do Sul confirma que mandou áudio homofóbico, diz polícia

Mulher negou ter sido orientada pela empresa São João a discriminar candidatos

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São Paulo

O caso do áudio com orientações para evitar a contratação de candidatos gordos, gays e com piercing para vagas de emprego, que envolve uma funcionária da rede de farmácias São João, avançou nesta semana.​

A funcionária da São João, que é uma das maiores redes do Sul do país, confirmou à Polícia Civil de Imbé (RS) que enviou o áudio.

Em depoimento realizado na quarta-feira (27), ela disse estar arrependida e alegou sobrecarga de trabalho e problemas pessoais, segundo a polícia. A funcionária ainda afirmou que não foi orientada pela empresa a discriminar candidatos.

Funcionária confirma à polícia que enviou áudio homofóbico - Gabriel Cabral/Folhapress

A polícia diz que vai ouvir testemunhas, além de apurar se alguém teve o emprego negado ou dificultado em processos seletivos em farmácias da rede em Imbé por causa da orientação sexual.

O celular da funcionária será encaminhado para perícia e extração dos dados.

No áudio, que circulou nas redes sociais na semana passada, a funcionária orienta que as lojas contratem pessoas com "aparência boa", evitando candidatos tatuados, com piercings no rosto e "muito gordos".

"Se pegar alguém, com todo o respeito, viado, tem que ser uma pessoa alinhada, que não vire a mão, não desmunheque", diz o áudio. "Feio e bonito, a gente vai pagar o mesmo preço. Então vamos pegar os bonitos, né. Não somos bobos nem nada", conclui a mulher na gravação.

A princípio, a São João disse que o conteúdo era falso e tinha sido publicado por pessoas de fora e desconhecidas para prejudicar a imagem da empresa.

Mas, na última sexta (22), voltou atrás e divulgou um comunicado afirmando que fez uma investigação interna e constatou que o áudio foi enviado por uma funcionária sem o conhecimento da direção da empresa e por um canal não oficial.

"Foi um ato totalmente isolado de uma colaboradora, que não condiz com as práticas da empresa", diz a nota.

Segundo a polícia, a funcionária está sujeita a pena de 2 a 5 anos pelo crime de homofobia.

com Mariana Grazini e Andressa Motter

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