Dados da consultoria Cushman & Wakefield apontam que o estado de São Paulo registrou a entrega de 182,9 mil metros quadrados de galpões logísticos de alto padrão, maior volume para um mês desde 2016.
Quase 88% desse total está em Cajamar, cidade a 46 quilômetros de São Paulo que é hoje a maior praça do país para o setor, segundo Eric Ammirati, gerente de leasing industrial da consultoria.
O estado registrou em novembro absorção líquida —a contratação de novos galpões, descontadas as devoluções de área— de 116,9 mil metros quadrados, maior número para o ano e 52% a mais do que em outubro, de acordo com a Cushman. O motor desse aumento são as empresas de ecommerce.
Atualmente, a taxa de vacância em São Paulo é de 10,8%, com preço médio de locação em R$ 20,02 por metro quadrado. Em Cajamar, o valor chega a R$ 23,41, o mais alto entre as regiões do estado pesquisadas pela Cushman & Wakefield, e a vacância está em 8,4%.
Por causa da alta procura por espaço na cidade, que resulta em preços mais altos, Ammirati aponta que municípios vizinhos, como Franco da Rocha e Caieiras, também estão atraindo a atenção do setor logístico.
Pelas estimativas de Ammirati, o próximo ano ainda será positivo para o segmento, mas não deve atingir os mesmos volumes de 2021 —até novembro, o Brasil teve 1,3 milhão de metros quadrados de novos galpões entregues, com absorção líquida de 1,5 milhão de metros quadrados. O estado de São Paulo concentra 62% dos galpões logísticos do país.
"Não acredito em retração do mercado ainda, os desenvolvedores estão felizes com os últimos dois anos, mas, para colocar mais dinheiro, só em regiões mais consagradas. Estão com menos disposição para o risco no momento", afirma Ammirati.
Com Andressa Motter e Ana Luiza Tieghi
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.