O ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra diz que procurou Sergio Moro antes do Réveillon para conversar sobre um possível trabalho conjunto de seu União Brasil com a candidatura presidencial do ex-juiz, filiado ao Podemos.
Ele afirma que voltou com uma expectativa de aproximação entre o grupo de Moro e o União Brasil, fusão do PSL com o DEM, comandado pelo deputado federal Luciano Bivar. Mas ainda faz ressalvas sobre a dimensão política do ex-juiz e diz que as discussões com outros partidos para a tentativa de construção da terceira via continuam.
Cintra, que foi demitido por Bolsonaro em 2019 porque defendia um imposto nos moldes da impopular CPMF, afirma que a conversa do União Brasil com o Moro, por ora, gira em torno de diretrizes ainda amplas.
"Estamos começando a colocar à disposição do Moro. Ele tem conversado bastante com o nosso presidente Bivar. E a ideia é nos aproximarmos. Ele já tem o grupo dele, comandado pelo Affonso Celso Pastore [conselheiro de Moro na área econômica], então, ficamos de discutir", diz.
Cintra, porém, diz que, por enquanto, não há qualquer posição definitiva e que o União Brasil ainda não definiu o apoio ao ex-juiz.
"Acho que o Moro precisa se unir a um grande partido. Só com o Podemos, por mais que a imagem dele seja muito boa do ponto de vista pessoal, ele tem ainda uma exposição fraca politicamente. Ele é visto pelo eleitor não como um candidato, mas como uma personalidade do mundo jurídico. Precisa transformar esse ativo em eleitoral, coisa que não fez ainda. Precisa de um partido grande, e o União poderia dar essa estrutura, mas não dá para perder muito tempo ", diz Cintra.
Dentro do União Brasil ainda há pressões divergentes por alternativas que variam de uma candidatura própria a uma tentativa de vice.
com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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