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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu Opinião de empresário

Volta de restrição a bar e restaurante após ômicron é caso isolado, diz empresário

Sylvio Lazzarini, dos restaurantes Varanda Grill, apoia a vacinação, inclusive infantil

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São Paulo

As iniciativas de retomada das restrições para tentar conter o avanço da Covid anunciadas nos últimos dias, como fez a prefeitura de Amparo (SP), devem ser apenas casos isolados, segundo Sylvio Lazzarini, fundador e diretor-geral dos restaurantes Varanda Grill.

"Tem um efeito psicológico, que decorre do período de férias e festas de fim de ano", diz.

Pelas previsões do empresário, a nova crise da pandemia não deve passar de 30 dias, aproximadamente. Ele afirma que o foco para superar o vírus, agora, é a vacinação. Por isso, um grupo de restaurantes de São Paulo se uniu para lançar uma campanha a favor da dose de reforço e da imunização infantil, segundo ele. O recado será dado aos clientes logo na porta dos estabelecimentos.

Um homem com cabelo grisalho está em um restaurante, e apoia a mão em um corrimão; ele veste blazer preto, com camisa azul e calça caqui
Sylvio Lazzarini, fundou o Varanda Grill. Foi vice-presidente do SindResBar (Sindicato de Restaurantes e Bares de São Paulo) e membro do do Conselho Nacional de Pecuária e Corte - Divulgação -9.abr.21

Lazzarini diz que não quer politizar, mas tem sua posição firme a favor da vacina para as crianças e não tem medo de perder clientes que rejeitam o imunizante.

"O que nós somos favoráveis agora é a vacinação da criança, porque é agente transmissor. Não queremos fazer disso uma posição política. Isso é a discussão sobre a nossa participação. Mas, infelizmente, politizam essa discussão", afirma.

A retomada de restrições ao funcionamento do comércio, como fez a prefeitura de Amparo, assustou o setor? Eu falo pela minha observação individual e não como setor. Tenho a impressão de que é caso isolado. A restrição após as 23h em Amparo tem um efeito psicológico, que decorre do período de férias e festas de fim de ano. Acho que ainda é cedo para avaliarmos tudo isso.

Depois que a ômicron mostrou que tem um contágio tão acelerado, há outras iniciativas que podem resgatar práticas de momentos anteriores da pandemia? Nós temos o movimento Restaurantes do Bem, que fez doação de marmita.

Em novembro [do ano passado], nós já publicamos um manifesto dizendo que éramos contra o Carnaval e pedindo para que houvesse restrições no Réveillon. Como evitar liberar a avenida Paulista, como foi feito. E agora com o Carnaval [cancelado] também nos deixa mais aliviados neste ponto.

Estamos bolando uma campanha para colocarmos cartazes na porta dos restaurantes desse grupo, dizendo que somos a favor da vacinação e que 100% dos nossos funcionários foram imunizados. Vamos apoiar a dose de reforço. Nós estamos muito confiantes no programa do governo do estado de São Paulo.

Não queremos politizar a situação e sim dar apoio integral ao programa de vacinação.

Essa campanha tem relação com o governo do estado de São Paulo? Não. Nada com governo municipal, estadual, nada. É uma iniciativa nossa. Dizemos que os funcionários estão imunizados. Nós, praticamente, colocamos uma imposição de que tem de vacinar porque estamos lidando com o público.

O setor de restaurantes tem se queixado de falta de mão de obra por causa dos funcionários contaminados com gripe e Covid. Como vocês estão? Pelas informações do nosso grupo, como estão todos vacinados, não temos sofrido. Estamos nessa medida de vacinação desde o início do ano passado.
Estão sendo afastados, mas é pequena a participação. Acho que eu não tenho mais que cinco [funcionários afastados]. A proteção da vacina é grande. A dificuldade que a gente sofre é com relação a movimento, a recuperação do setor. Ficamos meses fechados.

O movimento caiu por causa do avanço da variante ômicron agora e do surto e gripe? Todos os anos, a partir do dia 20 de dezembro, tem uma diminuição do movimento por causa das empresas que dão férias coletivas e as férias escolares. Tem uma ligeira retração, mas é vida que segue. Nossa expectativa é que vai passar. Mais 20 ou 30 dias e está tudo ok.

Qual é a sua opinião sobre cobrar passaporte de vacina dos clientes nos restaurantes? Esse passaporte seria pedido para grandes aglomerações. Se você tem um estabelecimento que obedece as regras de distanciamento, tem medidas de prevenção. Somos a favor de medidas de prevenção e não de burocratizar.

Isso não briga com a mensagem que vocês estão querendo passar na campanha de apoio à vacina? Alguns dos estabelecimentos tinham pensado em dar desconto, por exemplo, de 10%, para quem apresentar a dose de reforço. O que nós somos favoráveis agora é a vacinação da criança, porque é agente transmissor. Não queremos fazer disso uma posição política. Isso é a discussão sobre a nossa participação. Mas, infelizmente, politizam essa discussão.

Vocês não têm receio de espantar os clientes negacionistas da vacina? Não temos. A gente sabe que, pelo menos aqui no estado de São Paulo, a participação [de não vacinados] é pequena. Temos adesão do povo paulista. Isso é tranquilizador.

O que achou da decisão da Uber de encerrar o serviço de entrega de refeições pelo Uber Eats no Brasil?Houve uma queda grande do delivery em função da queda do home office. Isso a gente sentiu, é um ponto. O segundo ponto é que a concorrência estava sendo brutal, até negativa.

Um motoboy buscava do iFood, mas, na trajetória, pegava do Uber Eats. Isso começou a espantar consumidor porque atrasa. Acho que isso vai equilibrar o mercado. É minha opinião pessoal. Acho que isso é uma ação normal de mercado.

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