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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Caminhoneiros acham eleitoreiro e ineficaz cortar tributo de diesel em PECs

Lideranças dos motoristas defendem mudança na política de preços da Petrobras

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São Paulo

As principais lideranças de caminhoneiros não estão satisfeitas com o agrado oferecido à categoria nas PECs (propostas de emenda à Constituição) protocoladas na Câmara e no Senado.

As propostas, que abordam a redução de tributos sobre combustíveis, são paliativos e não chegam nem perto de resolver os problemas do setor, na opinião dos motoristas.

Wallace Landim, o Chorão, que foi um dos líderes da greve de caminhoneiros de 2018 e é presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), diz que o único ponto positivo da PEC dos Combustíveis é a iniciativa.

"A intenção é boa, porém, não vai no foco do problema, que é a política de preço da Petrobras. Neste momento, temos que criar um fundo para estabilizar e aos poucos baixar o preço dos combustíveis", diz Chorão.

Para ele, a solução seria o fim do PPI (preço de paridade de importação), praticado desde 2016 e calculado com base no preço de aquisição do combustível. "Vendemos nosso petróleo em real e compramos em dólar", reclama.

Compartilha da opinião José Roberto Stringasci, presidente da ANTB (associação nacional dos transportes), que diz que a proposta não faz sentido e é eleitoreira. "Políticos candidatos às eleições deste ano abraçaram essa causa, mas não têm conhecimento dela. E se tem, é só promessa de política", diz.

Segundo Stringasci, zerar os impostos vai "quebrar os estados em segurança, saúde e educação" e, após alguns meses, os preços voltarão a ficar elevados.

O presidente do Sindicam-SP (sindicato dos transportadores autônomos), Norival de Almeida Silva, também mostra dúvidas em relação à PEC proposta pelo governo Bolsonaro.

"Aguardamos uma PEC que realmente complemente a necessidade do transportador, para que possamos trabalhar com mais possibilidade de termos um final de viagem mais compensador, tanto a nós quanto ao consumidor final, mas vamos esperar ver o que poderemos aplicar", disse Silva.

Com a disputa provocada pelos textos no governo e no Congresso, a gestão Bolsonaro já considera a possibilidade de incluir a autorização para reduzir tributos sobre o diesel em um projeto de lei complementar em tramitação no Senado.

Apelidada de "PEC kamikaze" pela equipe econômica de Bolsonaro, a proposta do Senado ultrapassou o número mínimo de assinaturas. Além de desonerar tributos, ela amplia gastos com o auxílio-gás, subsídios a tarifas de ônibus e cria um auxílio-diesel para caminhoneiros, mas equipe do ministro Paulo Guedes estima um impacto na casa dos R$ 100 bilhões.

Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco

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