O clima dentro da concessionária do RIOGaleão após a decisão de desistir do Aeroporto Internacional Tom Jobim foi de desgosto, porém, sem arrependimento.
A análise, segundo quem acompanha o caso, é que a empresa conseguiu entregar resultado e havia ainda a disposição de elevar investimentos no Brasil e participar de rodadas de leilão de novos aeroportos no futuro, mas o que resta agora é o dever de seguir o roteiro do desembarque com responsabilidade.
Ficou também a sensação de que as circunstâncias da saída da concessionária deixam legados, como o debate sobre operar Galeão e Santos Dumont em cooperação, evitando competição entre os dois terminais no Rio de Janeiro.
Nos últimos meses, o modelo de repasse para iniciativa privada do aeroporto Santos Dumont, hoje administrado pela Infraero, gerou atrito entre autoridades fluminenses e o governo federal.
Políticos e empresários do Rio de Janeiro avaliavam que, ao atrair mais voos, o Santos Dumont poderia inviabilizar a operação do Galeão.
A Anac aprovou, no fim do ano passado, a minuta do edital para a concessão do Santos Dumont, mas o governo não promoveu alterações para impedir o que os políticos consideravam "concorrência predatória" entre os dois aeroportos da cidade.
Após o anúncio da desistência, nesta quinta (10), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, anunciou o adiamento do leilão do Santos Dumont, previsto agora para ser realizado em 2023, em conjunto com o Galeão.
Agora, a ideia é que os dois aeroportos tenham o mesmo operador.
Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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