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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu petrobras

Caminhoneiros lançam caravanas contra a política de preços da Petrobras

Troca no comando da Petrobras não acalma descontentamento com preços

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São Paulo

Entidades que reúnem caminhoneiros começaram a organizar uma caravana para protestar contra a política de preços da Petrobras. A intenção dos motoristas é partir de Curitiba (PR) no dia 20 de maio e percorrer diversas cidades do Brasil, onde carreatas serão organizadas.

A carreta que vai "puxar" a caravana já está quase pronta, segundo o presidente da ANTB (Associação Nacional de Transporte do Brasil), José Roberto Stringasci, e vai circular sob a assinatura de um movimento batizado de "Soberano Brasil". Sob uma lona verde e amarela, pedem o fim do PPI (Preço de Paridade Internacional) e a reestatização de empresas estratégicas.

A lista de cidades está sendo definida de acordo com os locais onde lideranças da categoria conseguirem mobilizar outros protestos.

Carreta do movimento Soberania Já
Carreta do movimento Soberano Brasil, liderado por caminhoneiros conta a política de preços da Petrobras - Divulgação

A troca no comando da Petrobras, ocorrida após a disparada dos preços dos combustíveis, não acalma os ânimos em setores com custos sob pressão. Na quinta (14), José Mauro Coelho assumiu a presidência da estatal e defendeu a política de paridade de preços.

Para Plínio Dias, presidente do CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), é lamentável que o governo ainda apoie a paridade. "O Brasil sempre paga o pato", afirma. "Podíamos ter um petróleo em real e não em dólar."

O diretor da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), Carlos Alberto Litti Dahmer, também vê a substituição como sem efeito enquanto estiver em vigor a política de paridade de preços.

"Pode trocar toda semana que não vai mudar nada. Tudo o que ele diz traz o mesmo conceito de quem estava lá antes, não tem nada de novo. Você muda as moscas, mas o cheiro é o mesmo", diz.

Litti, que é caminhoneiro autônomo de Ijuí (RS), critica também a velocidade com que a Petrobras repassa as quedas de preços do barril de petróleo e da cotação do dólar, a que ele considera incompatível.

Na avaliação de Wallace Landim, o Chorão, presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), o efeito em cadeia da alta dos combustíveis já é visto nos preços dos alimentos.

"Não temos para onde correr, nossa única opção é repassar o aumento do diesel para o preço do frete, e o resultado nos vemos nas prateleiras do supermercado, e quem sofre são os mais pobres, que não conseguem mais comer."

Joana Cunha com Andressa Motter e Fernanda Brigatti

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