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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu ifood

Uber, 99 e iFood puxam debate sobre motoristas na Previdência, mas trabalhadores duvidam

Tema será discutido com parlamentares e governo em evento da Amobitec, associação que reúne as empresas

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São Paulo

Empresas como Uber, 99 e iFood, representadas pela Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), vão a Brasília nesta semana para defender aos parlamentares a versão das empresas para a inclusão dos entregadores e motoristas na Previdência Social.

A iniciativa, porém, repercutiu com ceticismo e críticas entre os trabalhadores no momento em que a categoria tenta reativar movimentos como o Breque dos Apps de 2020.

O tema está na mira da campanha eleitoral deste ano. O ex-presidente Lula já disse que a inclusão previdenciária da categoria estaria entre suas prioridades dentro da revisão da reforma trabalhista, defendida pelo PT. A regulamentação também é discutida no governo de Jair Bolsonaro.

Imagem mostra entregador de aplicativos de comida em pé, numa calçada. Ele é um homem negro, que veste uma jaqueta laranja, com algumas listras verde fluorescente. Na frente dele, há algumas motos estacionados, uma ao lado da outra. Entre elas, é possível ver algumas bolsas de entrega com a logo do Ifood. Atrás do homem, há um outro entregador, branco, vestindo camiseta preta, short jeans e boné. Ele está com uma bolsa de entregas nas costas e mexe no celular com uma das mãos, enquanto a outra segura o guidão da bicicleta em que está andando. Na rua, há algumas lojas, um caminhão e árvores.
Uber, 99 e iFood puxam debate sobre motoristas na Previdência, mas trabalhadores duvidam - Karime Xavier/ Folhapress

A Amobitec defende a definição de uma legislação que inclua o recolhimento de contribuição previdenciária tanto por entregadores quanto pelas empresas.

Representantes de motoristas reclamam de falta de diálogo. "A Amobitec teria, no mínimo, que convocar associações que representam os motoristas, porque são os maiores interessados no projeto", diz Eduardo Lima de Souza, presidente da Amasp (Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo).

Para ele, as plataformas têm de assumir grande parte ou o valor integral da previdência. "O motorista tem um MEI, com valor de R$ 60 por mês, tem o direito dele garantido pela Previdência. O que a gente não quer é que o motorista seja onerado, tenha uma despesa maior do que a que já existe", diz Souza.

O SindimotoSP, que reúne motoboys, também critica o evento organizado pela Amobitec. Para a entidade, os debates não resolvem a atual condição dos trabalhadores.

"É preciso reajuste anual, controle de risco e de jornada semanal, redução do impacto do preço do combustível, verdadeiro diálogo com os trabalhadores e, principalmente, com o sindicato representante da categoria. Precisamos de valorização, respeito e reconhecimento das reivindicações e anseios urgentes dos entregadores", escreveu a entidade em nota.

Joana Cunha com Andressa Motter e Paulo Ricardo Martins

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