Representantes da indústria viram com ceticismo a sugestão do presidente da Câmara, Arthur Lira, para que o governo venda ações da Petrobras. A ideia é que a União deixe de ser acionista majoritária e, assim, evitar o desgaste sobre a política de preços da estatal.
Para José Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), o que falta na Petrobras é regulação.
"Pior que um monopólio público é um monopólio privado. A gente entende que o monopólio precisa ser regulado. O problema é esse. O dono independe. A Petrobras não pode continuar do jeito que ela está. Se simplesmente trocar o monopólio do público para o privado, pode ficar pior", diz.
Na avaliação dele, a mudança não diminuiria o desgaste de Bolsonaro, porque o problema é o preço do combustível que chega ao consumidor e não quem cobra.
Embora apoie a privatização, o posicionamento de Fernando Pimentel, da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), é semelhante. Vender ações e tirar o controle da estatal das mãos do governo não significa diminuir o monopólio, segundo ele.
Na opinião de Pimentel, também é necessário investir em medidas públicas que atenuem o impacto dos preços para a população mais pobre durante os períodos de crise, sem "machucar o mercado e expulsar a concorrência".
Joana Cunha com Andressa Motter e Paulo Ricardo Martins
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