Impactada pela variação nos preços dos produtos asfálticos e a escassez, a indústria da construção diz que, até o início do ano, o setor importava entre 10 e 20 mil toneladas mensais de betume da Rússia, mas a guerra dificultou o fluxo e as empresas passaram a depender exclusivamente da Petrobras.
A estimativa é que cerca de 10% do mercado é abastecido com produto importado.
"A solução é importar, mas não tem canal de importação de asfalto seguro para suprir essa demanda. Com a guerra, o transporte ficou muito caro. Estamos conseguindo trabalhar com o que temos por aqui, mas quando começarem as grandes obras teremos problemas", diz Bibiano Ferraz, presidente da Abimpa (Associação de Importadores e Exportadores de Produtos Asfálticos).
De acordo com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), as empresas estão conseguindo comprar asfalto, porém, as distribuidoras estão exigindo pagamento à vista.
Nos últimos 12 meses, houve um aumento de 40,67% nesses itens, conforme a CBIC.
As empresas precisam ainda lidar com os ajustes de produção. Na sexta-feira (22), a refinaria de Paulínia avisou que faria um ajuste técnico, o que poderia significar interrupção de um ou dois dias.
Segundo o gerente técnico do Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo), Carlos Prado, a produção deveria voltar nesta terça, mas foi prorrogada para quarta.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Gilmara Santos
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