A tensão subiu no setor aéreo diante da iminência de um aumento no número de pousos e decolagens em Congonhas.
Por ora, a Anac quer informações adicionais da Infraero, que solicitou a expansão. A estatal enviou um documento preliminar e deve complementar nos próximos dias.
O pedido está sendo avaliado do ponto de vista de infraestrutura aeroportuária e não da capacidade operacional, segundo quem acompanha o processo.
A análise inclui atualização do plano de ruído e questões envolvendo esteiras e pistas.
Todo esse movimento acontece às vésperas do leilão do terminal, marcado para agosto. Conforme o Painel S.A. antecipou, as conversas sobre aumento de slot (horários de partida e chegada) em Congonhas provocam queda de braço no setor.
A medida atiça a disputa entre companhias aéreas: enquanto algumas brigam para ganhar espaço com novos slots, outras dificultam a entrada de concorrência. Neste momento tão perto do leilão, o debate também é interpretado como uma intenção de tornar o ativo mais atraente aos potenciais investidores.
Executivos do setor afirmam que o aeroporto tem espaço para receber mais voos, desde que não entrem nos horários de pico, porque poderiam gerar gargalos em escadas, estacionamentos, restaurantes e acessos ao terminal.
Do outro lado, quem acompanha o estudo defende que os aeroportos brasileiros operam com 90% de capacidade e 10% de gordura para dar margem de folga em situações adversas ligadas ao clima, mas Congonhas teria ainda 15% de gordura.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Gilmara Santos
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