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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu pirataria

Auditores de SP pressionam deputados contra projeto que pode dificultar fiscalização

Texto que tramita na Câmara cria o chamado "Código de Defesa do Contribuinte"

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São Paulo

O Sinafresp (sindicato dos fiscais da Receita de SP) elevou a pressão sobre deputados para questionar o projeto de lei complementar 17/2022, que cria o chamado "Código de Defesa do Contribuinte", mas é criticado por auditores como um risco de elevar a sonegação e a lavagem de dinheiro.

Apresentado pelo deputado Felipe Rigoni (União-ES), o texto determina uma série de vedações em relação à Fazenda Pública, como o uso de força policial nas diligências no estabelecimento do contribuinte, salvo se com autorização judicial.

Imagem mostra o deputado Felipe Rigoni discursando na Câmara dos Deputados
O deputado Felipe Rigoni (União-ES), autor do projeto chamado de "Código de Defesa do Contribuinte" - Divulgação

O projeto, que aguarda votação no plenário, também altera regras do código tributário, como a redução de cinco para três anos na prescrição da ação para a cobrança de tributo, assim como na fase executória de localização de bens do devedor.

Entre os pontos criticados, segundo Marco Chicaroni, presidente do Sinafresp, está a possibilidade de alteração da regra de desempate de julgamentos de auto de infração nos tribunais administrativos.

"Pela nova lei, se houver empate nas decisões colegiadas, a tese do contribuinte sempre será vitoriosa. Como as turmas de julgadores são formadas por juízes indicados pela Fazenda e juízes indicados pelas entidades empresariais, geralmente advogados tributaristas, em número paritário, o Sinafresp vê risco de esvaziamento de autos de infração. Agrava o fato de que as decisões contrárias à Fazenda Pública não podem ser questionadas no Judiciário, algo que é permitido aos contribuintes", afirma o sindicato.

Chicaroni diz que também vê risco para a arrecadação. "Em 2021, a Secretaria de Fazenda de São Paulo lavrou R$ 16,7 bilhões em autos de infração. O estoque total de créditos devidos à Fazenda, que também pode ter seu futuro afetado pelo projeto de lei, soma R$ 125,3 bilhões", diz a entidade.

Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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