A ausência do Ciesp entre os signatários do manifesto "Em Defesa da Democracia e da Justiça", divulgado na semana passada, chamou atenção na indústria.
Enquanto a Fiesp, presidida por Josué Gomes, não só endossou como divulgou o documento, o Ciesp ficou sem assinar.
Josué também faz parte da diretoria do Ciesp, como primeiro vice-presidente, mas a entidade é presidida por Rafael Cervone Netto. Procurado pelo Painel S.A., o Ciesp não quis comentar o assunto.
A decisão de Josué de endossar o movimento pró-democracia, no momento em que Bolsonaro reitera seus ataques às urnas, não teve apoio unânime na Fiesp.
Dos quase 110 signatários do manifesto, somente 18 foram sindicatos filiados à Fiesp. Como base de comparação, uma outra carta divulgada no ano passado, liderada por seu antecessor, Paulo Skaf, que comandava Fiesp e Ciesp simultaneamente, foi endossada por mais de cem entidades empresariais. A carta tinha um tom menos assertivo e enviava um recado difuso a todos os Poderes.
A discordância já vinha fazendo barulho desde o mês passado, quando a Fiesp lançou seu documento com as diretrizes para os presidenciáveis e nele mencionava a importância da defesa do Estado democrático de Direito.
Como mostrou o Painel S.A. no mês passado, o gesto desagradou parte dos membros da base da Fiesp.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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