A Abrafarma (associação que representa as maiores redes do varejo farmacêutico no país) subiu o tom contra o projeto de lei que libera os supermercados para venderem medicamentos isentos de prescrição, conhecidos como MIPs, que incluem analgésicos e antiácidos.
O CEO da entidade, Sergio Mena Barreto, avalia que o tema em pauta na Câmara dos Deputados mostra sordidez contra a saúde pública no Brasil.
Ele também afirma que a Abras (entidade representante dos supermercados) usa influência para pressionar o governo em ano eleitoral e retoma uma pauta que é derrubada no Legislativo há dez anos. O governo federal, por sua vez, apelaria ao liberalismo econômico para aceitar a proposta, segundo ele.
Mena Barreto rebate a tese dos supermercados de que os preços dos remédios cairiam, se fosse aberta a venda no varejo de alimentos. "Eles vão pagar os mesmos impostos e atender às mesmas exigências que nós atendemos. Como eles vão reduzir o preço?", diz o CEO da Abrafarma.
Ao Painel S.A., o vice-presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Antonio Longo, chamou de "vazio" o argumento das farmácias de que é preciso ter um farmacêutico para orientar o consumidor.
Após muita reclamação da oposição, a Câmara derrubou nesta quarta-feira (3) um requerimento de urgência que iria acelerar a tramitação do projeto. Se fosse aprovado, o texto seria debatido em plenário ainda nesta semana, porém o quórum mínimo de votos não foi alcançado. Agora, o texto retorna para a Comissão de Seguridade Social e Família, onde deve receber uma audiência pública antes de voltar para o plenário.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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