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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Impasse na compra da Eldorado tem novo revés para os Batista

Justiça manda arquivar inquérito que balizou contestação da J&F em arbitragem pelo comando de sua empresa de celulose

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Brasília

A arbitragem envolvendo a compra do controle da Eldorado Celulose, do grupo J&F, pela Paper Excellence, terminou com a vitória do grupo indonésio, mas o negócio não se concretizou porque os irmãos Batista pediram a anulação na Justiça.

A disputa ocorrida entre 2019 e 2021 foi conduzida pela Câmara de Comércio Internacional (ICC) que, por unanimidade, reconheceu o direito da Paper assumir o controle da Eldorado –um negócio de R$ 15 bilhões.

A J&F não aceitou o resultado e decidiu pedir à Justiça a anulação da arbitragem cuja sentença saiu em fevereiro de 2021. Dentre os diversos motivos, a empresa alega prejuízos no processo por falhas na condução do processo.

Fábrica da Eldorado em Três Lagoas
Fábrica da Eldorado em Três Lagoas (Mato Grosso do Sul); controle é disputado entre J&F e Paper Excellence - Divulgação

A J&F, que controla as empresas dos irmãos Batista, afirma ter sido alvo de um ataque de hacker supostamente promovido pelos rivais na arbitragem –o que teria causado danos irreparáveis à negociação.

Neste domingo (6), a Justiça de São Paulo mandou arquivar um inquérito que apurou se executivos da Paper foram responsáveis por ataques de espionagem em e-mails da diretoria da J&F.

O caso já tinha sido objeto de outro inquérito similar –também arquivado. Nele, o então diretor da Paper Guilherme Cunha Costa foi um dos principais alvos.

Costa era o porta-voz e representante institucional do grupo indonésio no país e foi alvo da investigação por, supostamente, chefiar o esquema de ataques.

No início deste ano, ele foi contratado pela J&F para atuar como representante institucional da J&F. O grupo brasileiro já possuía um executivo para atuar na mesma área pela JBS.

A J&F disse que o inquérito contém provas de que a empresa foi vítima de espionagem com o objetivo de influenciar o litígio pelas ações da Eldorado.

Por meio de sua assessoria, afirma que um dos documentos ilegalmente obtido e divulgado traz informações sigilosas de interesse do Ministério Público Federal e que, por isso, não poderia ter sido arquivado sem que o órgão se manifestasse.

"A J&F considera usurpação de competência, uma forma de afastar, pela esfera estadual, uma investigação que interessa a órgãos federais", disse em nota.

A empresa, no entanto, não apresentou os motivos que justificaram a contratação do ex-executivo da Paper, Guilherme Cunha Costa.

Procurada, a Paper não quis comentar.

Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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