Restaurantes que distribuem seus pedidos por meio do iFood dizem ter entrado em alerta nesta quinta (29) depois de receber a notícia de falência de uma empresa que intermediava motociclistas para a plataforma.
Segundo a Abrasel (associação que reúne bares e restaurantes), o setor tem receio de ser atingido por um desarranjo nas entregas, já que a presença do iFood é muito grande no serviço.
"Fomos pegos de surpresa com um problema que não estava no nosso radar. É importante sabermos se é ou não um problema sistêmico e o tamanho do risco. Se o sistema iFood estiver fortemente baseado na oferta de serviços de terceiros, o colapso dessas empresas pode trazer o caos para o setor, uma vez que o iFood é responsável por mais de 80% dos pedidos das plataformas", disse Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
Nesta semana, a SIS Express decretou falência e deixou todos os seus motociclistas sem pagamento. A empresa é uma OL (operador logístico), responsável por fornecer mão de obra para aplicativos de entregas como o iFood.
Na prática, esses entregadores ficaram no escuro, já que as demandas eram repassadas do aplicativo para a empresa. A operação da SIS correspondia a 1% do total de pedidos recebidos na plataforma diariamente, segundo o iFood.
Em nota, o iFood diz que não registrou problemas de entregas nas cidades em que a OL atuava e afirma que colocou todos os motociclistas da empresa em seu modelo de cadastro avulso, permitindo o retorno das atividades desses trabalhadores.
Segundo a companhia, 25% dos mais de 200 mil entregadores com perfil ativo no Brasil atuam por uma OL. O iFood afirma que o restante está cadastrado em nuvem (avulso) e trabalha por conta própria.
O iFood diz também que iniciou nesta quinta as transferências dos salários atrasados aos motociclistas, mas não divulgou os valores. A operação deve ser regularizada até 6 de janeiro.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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