Papo de Responsa

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A inclusão produtiva de empreendedores de base na era digital

País precisa fomentar uma aliança estratégica para chegar a consenso sobre desafios e possibilidades dessa agenda

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Maure Pessanha

Empreendedora e presidente do conselho da Artemisia, organização pioneira no fomento e na disseminação de negócios de impacto social no Brasil

Os problemas sociais contemporâneos são múltiplos e interligados, portanto, envolvem aspectos econômicos e socioambientais essencialmente interconectados. Junte-se a esse contexto uma cena marcada por incertezas agravadas pela falta de perspectivas para a mobilidade social e para a subsistência digna.

O estudo "O Elevador Social Está Quebrado? Como Promover a Mobilidade Social", conduzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta que a condição de pobreza em países em desenvolvimento costuma ser perpetuada por gerações na mesma família.

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Fila para distribuição de alimentos organizada pela Cufa (Central Única das Favelas) em Heliópolis, na zona sul de São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

A chamada persistência de renda intergeracional nas nações nórdicas é de 20%, enquanto no Brasil atinge os 70%, fazendo com que o país ocupe a segunda pior posição em mobilidade social no ranking global.

A pandemia adicionou uma camada maior de complexidade ao problema da geração de renda e catalisou mudanças significativas no mundo do trabalho e empreendedorismo.

O Brasil possui uma população empreendedora estimada em 43 milhões de pessoas, das quais, 21% são empreendedores em estágio inicial (em operação há 3,5 anos ou menos). Segundo o GEM 2021 (Global Entrepreneur Monitor), 48,9% empreendem por necessidade.

Uma parte considerável desse contingente é formada por pessoas em situação de vulnerabilidade social, que encontram na atividade empreendedora uma alternativa para a geração de renda.

A construção de futuros possíveis –que conversam com o combate à desigualdade e à pobreza– passa por um conceito (e uma missão): a inclusão produtiva, com o recorte do empreendedorismo, como parte de estratégias para impulsionar oportunidades de geração de trabalho e renda.

Um dos desafios, associado à baixa mobilidade social e aos percalços do empreendedorismo, é a digitalização da economia.

Como ponto de partida para pensar em inclusão produtiva de maneira crítica, precisamos enxergar as convergências entre os empreendedores, especialmente os por necessidade: a baixa produtividade dos negócios, baixo letramento digital e a renda muitas vezes insuficiente e instável.

Para construirmos uma reflexão mais qualificada, devemos pensar como propiciar que nano, micro e pequenos empreendedores possam melhorar a gestão de seus negócios –passando pela digitalização de processos, dado o papel central das novas tecnologias na economia–, com aumento de produtividade e de renda; além de promover um ecossistema empreendedor mais igualitário.

Com essas questões do empreendedorismo de base, a Artemisia, dentro da Coalizão Inclusão Produtiva, conduziu o estudo exploratório inédito "Inclusão Produtiva de Microempreendedores na Era Digital: Desafios e Possibilidades para a Geração de Renda Digna por Meio do Empreendedorismo de Base no Brasil".

O trabalho contou com apoio de Accenture, Fundação Arymax, Instituto humanize, Meta, Potencia Ventures, Fundação Casas Bahia, Instituto XP, Lenovo Foundation, Fundação Tide Setubal e B3 Social.

Especialistas, organizações, institutos, pensadores e protagonistas das nano, micro e pequenas empresas brasileiras contribuíram com essa jornada analítica sobre as dores, oportunidades e possíveis transformações da inclusão produtiva via empreendedorismo.

O Brasil precisa fomentar uma aliança estratégica formada por organizações do terceiro setor (que trabalham com a temática), empreendedores, governos, atores sociais e parceiros em prol do maior entendimento sobre os desafios e as possibilidades para a inclusão produtiva.

Essa leitura deve ser feita com uma lente multidimensional, capaz de captar as múltiplas complexidades envolvidas no tema, de modo que a inclusão produtiva ganhe espaço na agenda pública, tornando-se parte definitiva do projeto de país.

Aqui, o convite para que os leitores acessem a íntegra do estudo Inclusão Produtiva de Microempreendedores na Era Digital.

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