A polícia do estado do Rajastão prendeu mais dois suspeitos de estupro coletivo de uma mulher dalit, a casta considerada mais baixa na Índia.
A mulher, de 20 anos, estava junto ao marido quando foi abordada por motoristas de caminhão. Cinco homens esmurraram seu marido e depois arrastaram a mulher para um trecho deserto da estrada.
Eles a estupraram várias vezes e filmaram o ataque. O vídeo viralizou.
Uma sobrevivente de estupro em Chandigarh teve sua apelação rejeitada por um tribunal superior após o suspeito do ataque ter sido inocentado por um juiz. Ela acusa o magistrado de ter sido manipulado.
Um padre de Jharkhand foi condenado por conivência em um estupro coletivo em que cinco mulheres foram sequestradas e atacadas por um grupo.
Esses são apenas alguns dos relatos sobre estupros publicados por jornais indianos desde que cheguei à Índia, há dois dias.
Nesta que é minha sexta viagem ao país para fazer reportagens, a violência contra mulheres continua muito presente na nação de quase 1,4 bilhão de habitantes.
Mas o tema não está entre os principais assuntos da campanha eleitoral. Candidatos disputando 900 milhões de votos da maior eleição do mundo têm se concentrado em questões como segurança nacional e terrorismo do Paquistão, desemprego —que atingiu nível recorde em 45 anos—, suicídios de agricultores em meio à crise no campo, nacionalismo hindu.
Não que essas questões não sejam importantes. Mas chama a atenção o fato de a violência sexual contra mulheres, um enorme problema no país, não ganhar mais destaque na campanha eleitoral.
No domingo (12), realiza-se a penúltima rodada da eleição dos legisladores da Lok Sabha, a câmara baixa. A grande aposta é que o BJP, partido do atual primeiro-ministro, Narendra Modi, elegerá o maior número de legisladores.
Mas talvez não conquiste a maioria, como na avassaladora vitória de 2014, e precise fazer uma coalizão.
O principal partido de oposição, o Congresso, tenta costurar uma grande aliança para se contrapor ao BJP.
A votação se encerra no dia 19, e os resultados serão computados e divulgados no dia 23.
Em 2014, em 16 dos 29 estados indianos o número de eleitoras superou o de eleitores. Mesmo assim, uma questão que é crucial para as mulheres, a violência, não está recebendo a atenção que deveria.
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