Pedro Diniz

Jornalista com formação em comunicação audiovisual pela Universidade de Salamanca (Espanha).

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SPFW importa marcas do Rio e de Minas Gerais para calendário de desfiles

Grifes Handred, Beira e Modem ingressam no evento a partir de seleção feita por revista de moda

Pedro Diniz

Em reformulação geral de conteúdo, datas e grifes, a São Paulo Fashion Week terá duas novas marcas cariocas em sua programação. Em meio aos desfiles que acontecem entre os dias 22 e 26 de abril, no Parque Ibirapuera, as estreias das etiquetas Handred e Beira devem inflamar o discurso de moda sem gênero que permeia a nova criação de moda.

Herdeiras de um estilo carioca descolado da estética colorida embutida no imaginário dos brasileiros, padrão construído por grifes como Maria Bonita e Mara Mac nos anos 1980, elas apostam em cores neutras, cortes assimétricos e modelagens precisas para fazer uma espécie de minimalismo solar.

Leveza nos cortes e modelagem ampliada identificam as etiquetas.

A Handred, do estilista André Namitala, segue uma moda de ateliê, com produção limitada e avessa a tendências. O linho e a seda, materiais naturais que se encaixam nos termômetros brasileiros, viraram base para a maioria das peças.

Por sua vez, a Beira levará uma veia sustentável que ainda é insuficiente no calendário paulistano. Vinda do projeto Estufa, plataforma da SPFW que alimenta discussões sobre impactos ambientais na moda, a marca da designer Lívia Campos investe em processos de tingimento natural e pesquisa de modelagens para adaptar suas peças aos corpos masculino e feminino.

É um exemplo de marca entre as várias do varejo autoral que tem uma representatividade maior no exterior do que em seu país natal. Fundada em 2014, já tem dez pontos internacionais nos Estados Unidos, no Japão e na Europa.

A grife mineira Modem, de André Boffano e André Santos, também estreará na próxima edição do evento. As três novidades têm em comum a pouca idade, nenhuma das grifes tem mais de cinco anos, e todas fazem parte de um esforço da Luminosidade, empresa dona da SPFW, para reavivar o espírito autoral da semana de moda.

Em entrevista à Folha, na temporada passada, o diretor do evento, Paulo Borges, disse que o cenário da moda nacional havia “retrocedido aos anos 1990”, quando nasciam marcas autorais e as grandes marcas enfrentavam uma reformulação em seus negócios.

A programação oficial do evento ainda não foi divulgada, mas a saída recente da grife Ellus e a ausência de marcas robustas como Cavalera, Triton, Colcci e Forum, mostram que o evento tenta voltar ao clima de sua fundação, quando apostava alto em novos nomes. Ainda não ficou claro, porém, se a investida é uma movimentação para preencher espaços vagos no calendário ou uma mudança real de pensamento.

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do informado, a “Vogue” não fez a curadoria das marcas estreantes. A Luminosidade informa que, assim como qualquer pessoa ou publicação, a revista agora apenas sugere”novas grifes. O texto foi corrigido.

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