Pedro Luiz Passos

Empresário, conselheiro da Natura.

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Pedro Luiz Passos

Só um projeto de longo prazo modernizará a economia e melhorará o bem-estar

Quando a sociedade entende os benefícios, a mudança se torna um bem cultuado e defendido

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O Brasil carece de uma estratégia de longo prazo —uma visão de futuro como jamais tivemos, capaz de entusiasmar e mobilizar a nação num movimento de longo alcance, visando o crescimento econômico, o protagonismo tecnológico e a melhoraria do bem-estar da população.

Não se trata de sonho. Nossas condições são muito viáveis, em relação a países emergentes hoje mais bem-sucedidos no cenário global, se tivermos coesão para vencer as barreiras que nos enlaçam ao subdesenvolvimento. Felizmente, a superação de tais desafios depende apenas de nossa vontade e de nossas escolhas.

A agenda transformadora é conhecida e parece haver poucas dúvidas sobre seus pontos nevrálgicos e a premência de enfrenta-los, sobretudo no que se refere à inépcia da administração do Estado brasileiro e às reformas para desatar os nós que estrangulam as contas públicas, distanciando-nos da civilização.

 Elas envolvem a previdência, as finanças do Tesouro Nacional e o cipoal tributário, entre outras reformas capitais. Mas continuamos sem consenso para transformar as intenções em ações efetivas.

A gestão do Estado tem de se voltar diuturnamente à eficiência, blindar-se contra os lobbies públicos e privados e concentrar energias na qualidade dos serviços prestados à sociedade.

Esse é um pré-requisito incontornável, o que implica faxinar o orçamento público para abrir espaço ao que demanda com razão a sociedade —investimento em áreas essenciais, como educação, saúde e tecnologia. É imprescindível, para tanto, também desengessar os trâmites dependentes de ajustes constitucionais, dificultando a atualização do regramento legal do país.

Sala de aula em escola no Grajaú, na periferia de São Paulo - Apu Gomes/Folhapress

Sem transparência sobre os desafios a enfrentar e os objetivos a alcançar, contudo, faltará o apoio da sociedade para levar adiante a agenda das transformações necessárias. A incompreensão sobre a razão das reformas cria desconfianças, fragmenta a coesão social e incentiva meias-medidas, em geral equivocadas, para questões complexas e com repercussões gerais.

Um projeto de longo prazo, aliado a uma consistente execução, ajuda a evitar que as boas políticas para o ordenamento do país e o fortalecimento da economia sofram interrupções, como tem sido frequente, devido a pressões de grupos contrariados e à hesitação de governantes mais atentos à sua popularidade imediata que ao interesse maior da nação.

Está constatado: o tal “jeitinho brasileiro”, sob a forma de atalhos engenhosos apenas na aparência, não é resposta para as grandes questões que emperram nosso desenvolvimento. Nossa longa estagnação é a contraprova de que esse é o não caminho.

Quando a sociedade entende os benefícios, a mudança se torna um bem público cultuado e defendido, como aconteceu com a reforma monetária de 1994, pondo fim à secular leniência com a inflação.

Preocupante a esta altura, já quase na boca da urna, é que não haja, ao menos ainda, programas exequíveis e bem comunicados, nessa direção. É a visão de um horizonte de segurança, bem-estar e economia pujante que nos levará ao encontro dos anseios de todos os brasileiros.

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