A inflação impactou no poder de compra do brasileiro. Com a alta do preço do gás que hoje já ocupa 10% do salário mínimo, voltamos ao fogo a lenha ou, mais arriscado, a álcool e óleo diesel, que acabaram aumentando um cenário já problemático, o número de queimados.

Das consequências mais urgentes, agravou-se a situação da fome: são 33 milhões sem o que comer, e a fome não espera. Quem já viveu a fome, sabe bem do que estou falando!

As doações caíram mais de 90%, na contramão da demanda, que aumentou ao ponto máximo onde mais de 30 milhões estão sem ter o que comer, sem falar que vivem em situação de insegurança alimentar, comendo mal.

Diante desse quadro, a Central Única das Favelas (Cufa) lança, hoje, a terceira fase do Mães da Favela, programa criado no início da pandemia da Covid-19, para atenuar o sofrimento de mães solo das favelas e periferias brasileiras.

Nos anos de 2020 e 2021, o programa Mães da Favela impactou a vida de mais de 16 milhões de brasileiras, mobilizou mais de R$ 870 milhões e distribuiu mais de 50 mil toneladas de alimentos, nas mais de 5 mil favelas do país em que a Cufa tem atuação.

Além de doações físicas, em outras ocasiões, o Mães da Favela forneceu bolsas digitais no valor de R$ 240,00 para as mulheres que chefiam seus lares, e chips com internet ilimitada para seus filhos poderem acompanhar o ensino à distância.

A parceria com o setor privado foi fundamental e decisiva nesse processo —e aqui reforço os agradecimentos às mais de 150 empresas que apoiaram a Cufa, aproveitando para convidá-las para essa nova empreitada que é a terceira fase do programa.

No diálogo com o setor público, iniciamos uma parceria com a Petrobras que pretende impulsionar o projeto Cufa Vale Gás, para contemplar os moradores de favela que estejam encontrando problemas para ter acesso a esse bem.

Junto a esta ação soma-se a distribuição de cestas básicas e itens de higiene. A instituição também pretende fornecer kits de utensílios do lar para as pessoas afetadas pelas fortes chuvas que já atingiram várias cidades do país neste ano e continuam atingindo cidades do nordeste.

Neste momento, apesar das turbulências do país, precisamos encontrar um ponto para articular as competências já comprovadas da sociedade civil, a capacidade de impactar o setor privado e a escala e infraestrutura estatal, para a construção de uma ampla agenda pública de enfrentamento à fome.
Você que me lê pode também se engajar nessa jornada solidária, fazendo sua doação pelo pix: doacoes@cufa.org.br ou através do site:https://www.maesdafavela.com.br/doar