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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Debate sobre a bola

Contra o Santos, o São Paulo mais uma vez teve posse de bola e não venceu o jogo

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Gabriel e Jucilei disputam bola na vitória do Santos por 1 a 0 contra o São Paulo
Gabriel e Jucilei disputam bola na vitória do Santos por 1 a 0 contra o São Paulo - Robson Ventura/Folhapress

 

O São Paulo tinha 55% de posse de bola quando Sasha puxou o contra-ataque pelo lado direito e deu o passe para Gabriel marcar 1x0 para o Santos. O clássico deste domingo (18) reunia os dois times com maior índice de troca de passes. Só que São Paulo e Santos estão atrás de Palmeiras e Corinthians na classificação que importa: pontos ganhos.

Para aumentar a discussão, o Santos teve menos de metade do tempo com a bola no pé e ganhou a partida. Jair Ventura adora este estilo de marcação e saída precisa para o ataque. Nem sempre com velocidade, mas eternamente com o cuidado de tratar a bola como um diamante.

Assim, Sasha arrancou pela direita e deu o passe para Gabriel finalizar.

Ter mais a bola não é sinal de força, mas de estilo. No sábado (17), o Barcelona teve 48% de posse de bola contra o Eibar. Nesse caso, quando se lê o número, você provavelmente perguntará o que deu errado. Porque o Barça sempre tem a bola. Quando não tem, algo está estranho.

Entre maio de 2008 e setembro de 2013, o Barcelona sempre teve mais posse de bola do que o adversário. Da derrota por 4 x 1 para o Real Madrid, em 2008, até a vitória por 4 x 0 contra o Rayo Vallecano.

No sábado, o Barcelona marcou com duas linhas de quatro e resolveu o jogo, porque tem Messi e Suárez.

Só controlou o jogo, porque o adversário tem muito menos recursos. Não é outra razão para o Campeonato Espanhol e o Alemão serem os únicos onde ter mais tempo com a bola no pé representa ser campeão nacional.

Não é assim no Brasil. Os últimos quatro campeões brasileiros não tiveram o maior índice de posse de bola. Também não foi assim nem na Inglaterra nem na Itália na temporada passada. O Napoli é o atual líder em pontos em ganhos e também em posse, mas desde 2012 o campeão não é também o líder nesse critério.

No Brasil, quase nunca é. Não significa que seja ruim ter a posse de bola. Ruim é tê-la e não saber o que fazer com ela. Como o São Paulo tem sido nos últimos três anos.

Em 2014, o São Paulo foi vice-campeão brasileiro tendo muito mais a posse do que o Cruzeiro, o vencedor do campeonato.

Contra o Santos, o São Paulo seguiu sua sina recente de ter a bola e não vencer o jogo. Nos últimos cinco anos, foram 56 clássicos disputados pelo tricolor com 12 vitórias. A cada cinco jogos contra Corinthians, Santos e Palmeiras, o São Paulo vence um.

O time mostra evolução. Pela primeira vez com Dorival Júnior, venceu quatro jogos seguidos. O quarto foi contra o CSA, quinta-feira, em Maceió. Mas quando vem o jogo grande, muito mais difícil ver um time convincente.

"Acho que estamos muito próximos do acerto", diz Dorival Júnior. O discurso é parecido desde o ano passado. Não significa que se deva trocar o técnico. O retrospecto de 12 vitórias em 56 clássicos inclui dois presidentes e sete técnicos.

O Santos vai melhor quando consegue contra-atacar. Das 4 vitórias sob o comando de Jair Ventura, 3 foram fora de casa.

A questão ainda é como será convencer a torcida do Santos de que é possível ser feliz jogando sem atacar o tempo todo. Com 43% de posse de bola, o Santos venceu o São Paulo, no Morumbi.

 

 

 

NOVO CORINTHIANS

Camacho entra na equipe nesta segunda-feira contra o Red Bull. É justo. Jadson sai do time, não porque esteja jogando mal. Mas porque é parte de um time que no novo sistema tático não repete as atuações do ano passado. Carille tentou jogar com dois meias. Ainda não deu certo.

FLAMENGO CAMPEÃO

Diego fez a bola rolar na final da Taça Guanabara, em Cariacica (ES). Mas está claro que a comissão técnica do Flamengo não está feliz com seu desempenho. O sonho é ter um time mais agressivo. Diego vai precisar jogar bem sempre para não correr risco de sair do time.

Erramos: o texto foi alterado

Por um erro da Redação, o infográfico "São Paulo no ataque" foi publicado sem os jogadores Jucilei e Cueva.

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