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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu

Fãs defendem Ronaldo ou Messi, como antes debatiam Senna ou Piquet

Assistir ao embate é um privilégio semelhante ao de quem pôde ver Pelé e Garrincha nos anos 60

Messi abriu o marcador para o Barcelona contra o Chelsea aos 3 minutos do primeiro tempo e esmagou a estratégia defensiva dos ingleses, na quarta-feira (14), pelas oitavas de final da Liga dos Campeões.
Oito dias antes, foi de Cristiano Ronaldo o primeiro gol na vitória sobre o Paris Saint-Germain.

Um terço de seus gols coloca o Real Madrid em vantagem, tira do 0 a 0 como na terça-feira (6), contra o Paris Saint-Germain, ou transforma empates momentâneos em vitórias.

Era um dos contra-argumentos dos fiéis a Cristiano Ronaldo quando, no fim do ano passado, dizia-se que Messi havia feito mais gols no ano de janeiro a dezembro.

Cristiano decidia mais. Marcava na hora da dificuldade, mais do que Lionel Messi.

Nesta temporada não é possível dizer o mesmo. Messi define sempre. Seus últimos três gols abriram o placar, contra Las Palmas, Atlético de Madrid e Chelsea. Jogo grande ou jogo pequeno. Tanto faz.
Os fãs defendem Cristiano Ronaldo ou Messi, como no passado debatia-se Emilinha ou Marlene, Senna ou Piquet.

Os adeptos do gajo apontam, por exemplo, para os gols nas quartas de final da Liga dos Campeões 2016/17, contra o Bayern. Os alemães venciam por 1 a 0 em Munique e Cristiano fez três gols.
Em março de 2017, o destaque na virada do Barcelona sobre o PSG, pelas oitavas de final da Liga dos

Campeões, não foi Messi. Foi Neymar. O Barça não chegou às semifinais.

Neste ano, Messi segue Cristiano Ronaldo passo a passo. O português tem 37 gols, incluindo partidas pela seleção. Messi também. Um terço dos gols do argentino abriu o marcador ou tirou o empate do placar. O gajo, idem.

A vantagem de Cristiano é ter feito doze gols na competição e caminhar para igualar o recorde que já lhe pertence: 17 gols em 2013/14. Dos doze anotados na Liga dos Campeões , quatro colocaram o Real na frente. Messi marcou seis. Metade deles tirou o Barcelona da igualdade.

Neymar mantém as pegadas semelhantes a Messi e Cristiano. Marcou menos do que os 37 gols da dupla. Fez 28 em 30 partidas pelo PSG e mais um gol pelo Brasil. Do total de 29, oito tiraram o empate do marcador: 36%.

Um terço dos gols de Neymar também define jogos.

A diferença é que o brasileiro está fora da Liga dos Campeões. Sua chance de entrar na conversa é arrebentar na Copa do Mundo.

Por enquanto, o debate é o mesmo dos últimos dez anos: Messi a Cristiano. Os dois gênios seguem fazendo questão de registrar que o futebol vive uma década que será lembrada para sempre. Assistir toda semana a Cristiano x Messi é um privilégio semelhante ao de quem pôde ver Pelé e Garrincha nos anos 60. Coroar esta década seria a final da Champions com Barça x Real.

ENQUANTO ISSO...

Os quatro grandes entram nas quartas de final do Paulista com treinadores que não existiam há cinco anos. Não se falava nem de Fábio Carille nem de Jair Ventura, nem de Roger Machado, muito menos de Diego Aguirre. A renovação incomoda treinadores da velha guarda. Dizem que os novatos não têm autoridade e os jogadores fazem o que querem. Não é o que se vê na prática. O acúmulo de jogos dificulta os treinos, mas a geração que tentará o título estadual busca novas soluções.

Lionel Messi e Cristiano Ronaldo se cumprimentam  antes de jogo em Barcelona
Lionel Messi e Cristiano Ronaldo se cumprimentam antes de jogo em Barcelona - Albert Gea Livepic / Reuters

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