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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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São Paulo evolui e tenta recuperar Diego Souza

Atacante mostrou contra o Fluminense que pode ser útil ao esquema de Aguirre

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Raí deixou o Castelão dez minutos antes do apito final da partida contra o Ceará, domingo (22), em Fortaleza. Seu objetivo era chegar a São Paulo na mesma noite e amanhecer no Centro de Treinamento para conversar com Diego Souza. O atacante estava perto de ser negociado com o Vasco.

O ex-jogador e diretor de futebol perguntou se havia algum motivo que o fizesse querer ir embora. Ele respondeu que não. Diego treinou no sábado, domingo e na segunda em que encontrou Raí na saída de sua atividade.

 
O volante Liziero, do São Paulo, tenta tirar a bola do atacante Marcos Júnior, do Fluminense, em duelo no Maracanã
O volante Liziero, do São Paulo, tenta tirar a bola do atacante Marcos Júnior, do Fluminense, em duelo no Maracanã - Mailson Santana/Fluminense FC

Na terça, sua folga e de toda a equipe, chegou de manhã ao centro de treinamento para reunião com Raí e a comissão técnica. Dias antes, Diego Aguirre havia afirmado, frente a frente com Diego Souza, que se treinasse como estava fazendo, abaixo do nível dos jogos, não teria chance.

O jogador gostou da honestidade do treinador. Seja por este ou por outro motivo, ele foi útil no Maracanã.

Aguirre também entendeu que Souza nunca treinará como Trellez, um trator. Mas que nos jogos pode ajudar. Contra o Fluminense, ajudou. 

Movimentou-se como atacante, não como centroavante fixo. O São Paulo montou um 3-4-3, com Liziero na ala esquerda, mas atacando por dentro, para Éverton funcionar como ponta.

Deu tão certo que o São Paulo teve o dobro de finalizações do Fluminense, no primeiro tempo, embora com menos posse de bola. Há anos, o problema são-paulino é o inverso. Troca passes demais e finaliza de menos.

Algumas coisas mudaram no São Paulo. Discretamente. Ninguém mais fala sobre Cueva e o peruano não reclama de estar no banco de reservas. Nenê corre e participa das partidas intensamente. Seus treinos também são assim. No sistema de Diego Aguirre aplicado domingo (29), um 3-4-3 que se transforma em 5-4-1 quando perde a bola, é fundamental que os homens de frente participem defensivamente. No mínimo, preencham o espaço. Fizeram isso no Maracanã.

Ainda é um mistério se Aguirre fará sempre assim. Contra o Atlético-PR, na eliminação da Copa do Brasil, o técnico uruguaio também escalou Régis, Militão, Arboleda e Rodrigo Caio – substituído ontem por Bruno Alves. Só que, em vez de 3-4-3, atuou num 4-1-4-1, com Militão de lateral-esquerdo.

No Maracanã, o São Paulo marcou forte, atacou com sete jogadores, teve deslocamentos, criou três vezes mais chances que seu adversário.

No segundo tempo, quando Abel mudou o Fluminense e escalou Matheus Alessandro, Aguirre escalou Edimar como lateral-esquerdo e o sistema virou 4-4-2, com Militão como lateral-direito puro.

O jogo ficou muito arriscado, o Fluminense chutou duas vezes na trave e mereceu empatar a partida. 

É sempre um risco não saber fazer as variações táticas e confundir mais seu próprio time do que o adversário. O vestiário do São Paulo acredita que isso atrapalhará mais os rivais e ajudará a conseguir resultados mais expressivos.

A lembrança de que Muricy Ramalho fazia isso em 2007, ano do bicampeonato brasileiro, variando de linha de três para quatro a cada jogo, e no meio deles, faz voltar ao tempo em que o São Paulo fazia da estratégia uma de suas armas para ser campeão brasileiro. Aguirre vai seguir nessa linha.

Contra o Fluminense, três zagueiros; Contra o Atlético-PR, linha de quatro
Contra o Fluminense, três zagueiros; Contra o Atlético-PR, linha de quatro - Núcleo de Imagem

OITAVA DERROTA

O Corinthians não conseguiu fazer seu jogo de posse de bola contra o Atlético-MG, perdeu o controle do meio-de-campo e dezoito finalizações. É muito forte. Mas neste ano tem oito derrotas e cinco empates em 27 jogos. Não venceu 48% de seus jogos. 

O RISCO DO 3-4-3

O Palmeiras teve 70% de posse de bola e treze finalizações, mas esbarrou no sistema tático da Chapecoense. Kleina esboça um 3-4-3, mas o sistema sanfona vira retranca num 5-4-1, por não conseguir sair para o ataque. O Palmeiras não conseguiu abrir o cadeado.

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