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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Voltar atrás e desmarcar pênalti em lance de absoluta dúvida é insegurança

Corinthians foi campeão porque mereceu; time sabe o que faz, e Carille mais ainda

Não cabe discutir uma final com base na arbitragem e não se fará isto aqui, embora você leia um pouco abaixo uma avaliação sobre o juiz. 

O Corinthians venceu o Campeonato Paulista porque foi melhor. Só levou à decisão por pênaltis porque ganhou o jogo. E, se venceu, foi porque teve estratégia.

Na sexta à noite, em sua entrevista coletiva, Carille evitou anunciar o time titular, mas deixou nas entrelinhas a estratégia. Jogar com dois meias, sem atacante fixo, significava tentar a posse de bola. Foi o que Carille afirmou na linha lateral, segundos antes do pontapé inicial.

Seria a tentativa nos minutos iniciais, não fosse o gol marcado no primeiro ataque, jogada de Mateus Vital, finalizada por Rodriguinho.

Se o Corinthians tem hoje um jogador que resolve, este é Rodriguinho. Foi quem decidiu o clássico de Itaquera, na fase de classificação, foi também quem resolveu a final do Allianz Parque; não joga mais como meia, armador, nada de meio de campo. É atacante. Perto da grande área, tem muito mais chance de decidir jogos. 

Domingo (8), decidiu o Campeonato Paulista.

O Corinthians é campeão por ser o time brasileiro com mais definição de estilo. Sabe o que quer. O Palmeiras começou este ano em busca exatamente disto e não deve mudar de filosofia por causa da derrota.

O que não exclui pensar sobre acertos e erros.

Talvez fosse mais correto ter Thiago Santos como primeiro volante, em vez de Moisés. Assim haveria alguém mais perto de Rodriguinho, quando Antônio Carlos saiu da área para tentar ajudar Marcos Rocha na jogada de Mateus Vital. Faltou alguém na grande área para marcar Rodriguinho.

O Corinthians sabe o que faz. Fábio Carille mais ainda. Incrível sua trajetória neste ano e meio, em que formou times diferentes. Quando venceu o primeiro clássico contra o Palmeiras, em Itaquera, no ano passado, tinha Kazim como titular. Depois, formou a equipe com Jô como titular. Quando o perdeu, estruturou sua equipe sem centroavante, afirmou desejar mais posse de bola, terminou a campanha sem uma coisa nem outra.

No Allianz Parque, teve 47%.

O Corinthians ganha o título porque merece.

Mas é preciso falar de arbitragem. Demorou 25 anos para um novo juiz Aparecido aparecer numa decisão Palmeiras e Corinthians. Daquela vez, o pecado de José Aparecido foi não ter expulsado Edmundo. Desta vez, Marcelo Aparecido voltou atrás num lance de absoluta dúvida.

Voltar atrás, nesta situação, é pura insegurança. Árbitro inseguro não pode apitar final.

Ao Palmeiras servia manter o empate ou ganhar o jogo. Houve 89 minutos depois do gol do Corinthians para empatar a partida. O Palmeiras jogou sem volantes e vacilou na primeira jogada da decisão. Antônio Carlos sai da área para ajudar Marcos Rocha e deixa o espaço vazio na grande área para Rodriguinho finalizar.

A partir daí, o Corinthians recuou e entregou a bola ao adversário. O Palmeiras tinha uma única alternativa: jogar com Dudu pela direita. Melhorou com Keno, mas não o suficiente para conseguir o que seria necessário para ser campeão: um gol.

O Corinthians colhe mais uma vez o resultado da sequência de trabalho. Resta ao Palmeiras é seguir em frente. 

FICO

Renato Gaúcho ganhou o título estadual e avisou que fica no Grêmio. O treinador mais valorizado do país fica no clube que levou á conquista da taça Libertadores porque acredita na sequência de trabalho. A tentativa de ganhar o Brasileiro ou a Libertadores pelo Grêmio faz sentido

CONTINUIDADE

Continuidade não é certeza de sucesso, mas dá segurança de que decisões serão tomadas com base na experiência. É o caso do Cruzeiro, que levou três gols na primeira final, mas virou com um time de troca de passes perecisas e apoio nos talentos De Arrascaseta e Thiago Neves.


 

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