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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Diego Aguirre mexe bem, mas líder sente desfalques

Ausências de Nenê e Éverton pesaram para o São Paulo contra o Fluminense

Trellez cabeceia para fazer o gol de empate do São Paulo diante do Fluminense, no Morumbi, neste domingo (2)
Trellez cabeceia para fazer o gol de empate do São Paulo diante do Fluminense, no Morumbi, neste domingo (2) - Paulo Whitaker/REUTERS
 

Havia três razões para Diego Aguirre optar por Reinaldo na ponta esquerda, com Edimar na lateral esquerda.

Primeiro, o Fluminense joga com três homens no meio de campo, sem ninguém acompanhando a subida do lateral esquerdo adversário. Edimar e Reinaldo poderiam fazer dois contra Léo, o lateral reserva do Flu, escalado porque Gilberto sentiu dores no joelho. Não deu certo.

Segundo, foi com esse jeito de jogar a vitória sobre o Corinthians, em julho.

Mas o São Paulo sentiu as ausências de Éverton e Nenê. Piorou quando Diego Souza foi expulso, por uma cotovelada em Léo, e ficou com o ataque desfigurado.

Enquanto contava com onze homens, a equipe de Diego Aguirre já tinha problemas, por não conseguir fazer a dupla de laterais agredir a defesa fluminense e por não marcar do lado oposto. Marcelo Oliveira escalou Everaldo aberto, e as tabelas com Ayrton Lucas criavam chances, como o cruzamento que permitiu a Jadson chutar na trave.

Então, Diego Aguirre, com um homem a menos, decidiu mudar o eixo do jogo, da esquerda para a direita. Tirou Edimar, escalou Régis na ponta direita e começou a pressionar Ayrton Lucas, ótimo no ataque, frágil na defesa. A fraqueza defensiva ficou evidente na jogada do gol de Tréllez, escalado na segunda etapa no lugar de Shaylon, outra alteração de Aguirre que deu certo.

O atacante Diego Souza recebe o cartão vermelho ainda no primeiro tempo da partida entre São Paulo e Fluminense
O atacante Diego Souza recebe o cartão vermelho ainda no primeiro tempo da partida entre São Paulo e Fluminense - Paulo Whitaker/REUTERS

O gol de empate foi fruto do passe de uma e finalização de outra aposta de Aguirre. Talvez por isso, o treinador uruguaio tenha vibrado tanto, e sozinho. O gol mantém a liderança. Mas o clássico tricolor mostrou a dificuldade do líder quando perde alguns de seus jogadores fundamentais.

O São Paulo subiu do terceiro lugar para a primeira colocação repetindo por sete vezes seu quarteto ofensivo: Joao Rojas, Nenê, Éverton e Diego Souza. Nas sete rodadas em que Diego Aguirre pôde escalar os quatro juntos, foram 5 vitórias, 1 empate e 1 derrota: 16 dos 23 pontos pós-Copa.

Depois de empatar a partida com Tréllez, chamou o Fluminense para seu campo e quase perdeu. Matheus Alessandro chutou uma bola na trave de Sidão.

No ano passado, o Corinthians foi o campeão da repetição da equipe.

Foram 15 jogos com a escalação igual entre janeiro e dezembro, recorde nos 108 anos de história do clube.

Nove vitórias, cinco empates, só uma derrota, para a Ponte Preta. No Brasileiro vencido com três rodadas de antecipação, 2 vitórias, 3 empates e 1 derrota com a formação de Cássio, Fagner, Balbuena, Pablo e Arana; Gabriel e Maycon; Jadson, Rodriguinho e Romero; Jô.

O time escalado sem lesões nem cartões por tanto tempo foi um dos motivos de o Corinthians tornar seu título previsível, num campeonato em que a imprevisibilidade é, historicamente, a característica mais forte.

Neste ano, prever o campeão está muito mais difícil. O Flamengo perdeu do vice-lanterna dentro do Maracanã, diante do maior público do país no ano (61 mil espectadores). O São Paulo empatou contra o décimo colocado. Na quarta-feira (5), Aguirre leva seu time a Belo Horizonte para enfrentar o Atlético-MG, e o Flamengo viaja a Porto Alegre para enfrentar o Internacional. O Brasileiro pode embolar mais ainda.

Arte da coluna do PVC do dia 3.set.2018
Folhapress

O melhor do returno

O Santos venceu seus últimos três jogos do Brasileiro. Como no Palmeiras, Cuca não venceu nenhum de seus quatro primeiros, mas organizou a equipe a partir daí. O trabalho dos três meios-campistas mais defensivos —Alisson, Sánchez e Pituca— serve para privilegiar o talento que decidiu as partidas.

Corinthians sofre

Responsabilidade tem de ser compartilhada entre comissão técnica e diretoria, que não conseguiu segurar sete jogadores. Mas Osmar Loss não conseguiu ainda mostrar, com resultados, o conhecimento que tem. O Corinthians é o terceiro pior em média de finalizações e o time que mais permite chutes ao gol.

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